terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sob um céu de blues

contando como foi o domingo (26-08)

Antes de mesmo do avião decolar de Guarulhos, iniciar a partida do Brasil, já conheci dois brasileiros que estavam no vôo. Aliás, quem puxou assunto foi um deles, com cara de Nando Reis, mas era João o nome dele. Logo veio perguntar pra onde eu iria, interessado em ajudar, mostrar-se um cidadão do mundo, passou contatos de conhecidos dele na Cidade do Cabo, trocamos e-mail e tal... o outro brasileiro era o George Tassoulas, paulista com descendência grega.

Ao iniciar o vôo, o historiador e pesquisador João, que estava indo para a Indonésia, saiu do banco ao meu lado e sentou-se em outro logo mais à frente, sem ninguém ao lado, possibilitando assim se espichar mais, ficar mais confortável... ou em outra provável hipótese, não ficar ao meu lado por algum motivo... hehe Já George, que estava atrás, pulou pro banco ao meu lado. Viemos conversando em grande parte das 8h30 de viagem até Johannesgurgo, de onde eu viria pra Cidade do Cabo e ele seguiria para a China. George havia ganho uma bolsa para estudar mandarim no país asiático!

Depois de muita conversa nas primeiras duas horas, resolvi relaxar, assim que descobrimos a programação de entretenimento do avião... em nossa frente, na traseira do banco à frente, havia pequenos televisores individuais... ficamos pesquisando tudo que havia para assistir, tinha desde desenhos animados, passando por programas de TV, documentários, como sobre desertos do mundo, e finalmente filmes. Assisti Shrek 3 e depois dormi, bem como quase todos os passageiros, pois já eram cerca de 3h da madruga!

A viagem passou mais rápido que eu imaginava. Cruzamos o oceano Atlântico, um gigante das águas, e, como eu estava sentado num assento com janela, podia ver o mar, uma imensidão azul... o único azul apreciável... hehe quando amanhecia, antes de sobrevoarmos o continente africano, era céu e mar, tudo azul!

Chegando em Johannesburgo – ou Joburg, como chamam -, a grande cidade da África do Sul, a São Paulo deles, fui logo agilizar minha conexão para destino final, a Cidade do Cabo. Resolvi os trâmites de check in, bagagem e tal, e passei para sala de embarque, o último local antes de embarcar. Já que tinha uma hora para o embarque, andei pelo belo, moderno e grandioso aeroporto – de primeiro mundo, nem se compara com nenhum do Brasil -, quis conhecer as lojas e fazer algumas fotos.

Aí aconteceu o inesperado, uma das últimas coisas que poderiam acontecer. Após fazer umas três fotos com minha câmera digital, a bendita estragou, simplesmente a lente trancou e não funcionou mais. Putz, no primeiro dia de viagem ficar sem a câmera para registrar os momentos é dose! Tentei de todas as formas ver o que estava acontecendo, descobrir o problema, mas não teve jeito. A partir daí, bateu uma ‘mini-depressão’, fiquei com dor de cabeça, logo resolvida com um Tylenol, e embarquei para as últimas duas horas de viagem, já sem brasileiros no vôo e com poucos turistas. Durante este trecho de viagem notei uma imensidão de solo seco ou com pouca vegetação, com o verde aparecendo em maior intensidade já próximo da litorânea Cidade do Cabo.

O alívio para a ansiedade, um pouco de nervosismo que eu tava, por ser tudo novo, não saber o que iria encontrar, também um pouco de preocupação se daria tudo certo, etc... o alívio veio quando logo ao desembarcar estava um senhor me esperando com um placa na mão escrita meu nome... aí já comecei a entrar no clima do misto de férias, intercâmbio cultural, estudos, blá blá blá... ele me levou para a residência estudantil, fui apreciando o caminho da turística Cidade do Cabo... no início vi uma favela, mas logo a beleza da cidade começou a ser revelada, primeiro com as excelentes ruas e estradas, características do país e famosas, inclusive no Brasil, pela sua qualidade – sem pedágios. Cheguei à residência e fui levado até o quarto, onde estou agora escrevendo, que é junto da escola também... meu quarto, o qual estou dividindo com um sul-coreano chamado Oh, é um andar acima das duas salas em que tenho as aulas de inglês.

O primeiro dia foi bem difícil, quase não consegui me comunicar com ninguém, entendia poucas palavras... primeiro meu inglês ainda não é uma maravilha, depois o inglês dos sul-africanos tem um sotaque que precisamos pegar a manha para compreender. Agora imagina tentar me comunicar com o sul-coreano, ambos com inglês meia-boca e ainda ele falando num sotaque mais do que nunca complicado, sem conseguir pronunciar com clareza para os ocidentais muitas das palavras... aliás, são vários os sul-coreanos por aqui, assim como brasileiros... para o domingo era isso, é hora de dormir... agora é meia-noite aqui - e cinco horas menos em Porto Alegre, horário de Brasília – para iniciar as aulas já às 9hs desta segunda-feira!

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