segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Aldeias de Forrest - O Contador de Histórias - V

Lincoln teria sonhado com sua morte*
Chefe de polícia anotou enquanto Lincoln narrava a um grupo de amigos

Premonição, visão do futuro, vidência, bruxaria, invenção, farsa, oportunismo: ninguém sabe qual é a verdade. O fato é que o chefe de polícia, Ward Hill Lamon, do Distrito de Colúmbia, diz ter estado presente e anotado quando o presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, narrou a um grupo de amigos, na Casa Branca, que sonhou ter morrido assassinado.

O presidente Lincoln, logo depois de narrar seu sonho, foi mortalmente baleado na cabeça, dentro do Teatro Ford, de Washington, em 14 de abril de 1865, por John Wilkes Booth. Abraham Lincoln foi eleito para o Congresso em 1846 e para presidente dos Estados Unidos em 1860, estava comprometido na defesa dos direitos civis e após cinco anos de mandato foi assassinado por um sulista.

O presidente Lincoln, segundo as anotações de Ward H. Lamon, contou detalhadamente todas as etapas de seu sonho para seus amigos, sonho que momentos depois se transformaria em realidade. Primeiro inicia dizendo que “cerca de dez dias atrás teria se deitado tarde porque estava aguardando uns despachos muito importantes...” e logo em seguida o presidente começou a sonhar. Relata parecer se envolver com a rigidez da morte e, então, começa a escutar soluços sufocados, “como se várias pessoas estivessem chorando”. No seu sonho, sai da cama e desce as escadas. Lamon continua, atenciosamente, escrevendo o que Lincoln conta: “Ali o silêncio era rompido por idênticos soluços, porém os que sofriam eram invisíveis. Caminhei de quarto em quarto. Não havia ninguém à vista, e os lamentos me seguiam enquanto caminhava.”

Abraham Lincoln descreve que as salas estavam iluminadas, os objetos lhes eram familiares; mas não sabia onde estava “essa gente cujos corações pareciam estar a ponto de rebentar de aflição”. Continua: “Invadiram-me a confusão e o medo. Que significava tudo isso?” pergunta-se, em meio ao sonho. “Decidido a descobrir as causas dessa situação tão chocante e misteriosa, segui até a sala Oriental. Encontrei-me aí com uma surpresa perturbadora”. Neste momento o presidente descreve o que coincidentemente viria a ser o seu corpo morto no sonho e, também, na realidade: “Em um catafalco se achava um cadáver envergando vestimentas funerárias. Ao seu redor, soldados de guarda, e um indígena que olhava com tristeza o corpo que ali jazia, cujo rosto estava oculto por um lenço”. “Outros choravam com profundo pesar”, completa.

“Quem foi que morreu na Casa Branca?” Perguntou Lincoln a um dos soldados. “O presidente” - respondeu ele – “Foi morto por um assassino”, acrescenta evidenciando a coincidência do sonho com a vida real do presidente Abraham Lincoln.

*Notícia que fiz baseada nos verdadeiros fatos ocorridos nas datas citadas. O texto é uma simulação de como a matéria seria publicada em um jornal impresso alguns meses depois do assassinato do presidente dos Estados Unidos Abraham Lincoln. Toma-se destaque para o fato das anotações do chefe de polícia, como sendo a novidade, já que o novo não seria mais a morte do presidente.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Aldeias de Forrest - O Contador de Histórias – IV

Bom, caros amigos leitores, agora resolvi viajar pelo mundo animal. Você pode ler ouvindo a música ‘Bicharia’ de Os Saltimbancos. De criança, médico e louco todo mundo tem um pouco! Boa viagem e ótimos sonhos!!!

Memórias do Frango

E no frigorífico...
- Não agüento mais esta vida penosa! Agora estou pendurado pelas pernas, de pescoço pra baixo, sem cabeça, sem penas, sem meus pés de três dedos e o pior, ao lado de um monte de frangos machos! – lamentou-se o frango ainda não azedo.

O frango vizinho conforma-se:
- Cale a boca, não adianta fazer drama, nós nascemos pra isso, virar recheio de lasanha, cobertura de pizza, até mesmo estragar na geladeira e acabar no prato do porco ou do cachorro por estarmos azedos.

- É, você está certo, vou refletir sobre a minha vida, a qual não foi nada fácil.

Tudo começou...
... e estava num lugar muito escuro que de repente iniciou um processo de rachadura, rachou e vi alguns rapazes, a minha mãe, uma franga velha chocadeira, falou que eram meus irmãos. Fiquei em dúvida, pois eram todos brancos e eu era mestiço, talvez por causa de meu pai – um galo de rinha e de penas brilhantes em tons de marrom e preto. Em nenhuma hipótese contrariei a mãe, porque ela era uma galinha muito grande. O tempo passava, eu era o pintinho feio e diferente da família, não por culpa da criação que o proprietário nos dava, até porque comíamos milho importado e tomávamos água mineral. Mas porque as minhas penas escuras me deixavam realmente diferente dos outros.

Quando eu já estava crescidinho, minha mãe de sangue teve o mesmo destino que mais tarde também terei: virar comida de humanos e o resto ficar para outros animais carnívoros. Na verdade, quem deveria ser minha mãe é aquela garota mirradinha a qual me dá meu ‘pão e água’ de cada dia desde quando saí do ovo que saiu da galinha, que saiu de um ovo, a qual veio de outra galinha... (e assim por diante). Esta garotinha que dá comida a nós animais é a pobre doméstica da casa, tenho realmente pena dela porque sua patroa a faz ficar mexendo aqui e ali desde cedo da manhã até o fim da noite, sem piedade, pra mim isso é algo desumano (talvez até um frango saiba mais sobre Direitos Humanos do que o próprio homem).

Vocês nem imaginam! Já vi tanta coisa ruim na minha frente. Certa vez, quando passeava com a minha turma dando voltas no quarteirão enxerguei, dentro de uma televisão de cachorro, o Lino, que era um frango muito amigo de minha mãe. Só o conhecíamos pelo apelido. Após ter sido brutalmente morto, o coitado estava sendo assado com um espeto enfiado pelo seu pescoço, atravessando o corpo, até o orifício anal. Ao seu lado estavam outros frangotes magricelas que, mais tarde, seriam vendidos a preço de bananas, mas enquanto permaneciam ali giravam, giravam e giravam numa cruel sincronia.

Ah! E por falar em Lino, eu ainda nem me apresentei. Oi?! Muito prazer, me chamam de Moisés. Minha mãe era a Marilú, a magricela que me trata todos os dias chama-se Jucelaine, mas todos a conhecem por Juce. E o meu pai é o Clodoaldo!
Eu, certa vez, estava muito sozinho, sem ninguém para bater um papo. E resolvi ir passear para ver se achava alguém novo por aqui, e isso foi quando encontrei um buraco num toco de uma árvore.

Eu como sou curioso fui dar uma olhada, vi que era uma casinha muito humilde de uma lesma. Aí eu aproveitei a oportunidade e perguntei:
- Tem alguém aí?
- Tem sim, eu estou em casa!
- Posso entrar?
- Pode, claro.
- Como é o seu nome?
- É Olinda! (respondeu a lesma com muita vontade) E o seu?
- Moisés!
- Não precisa me chamar de Dona, ouviu Moisés, eu sou um ser animal qualquer igual a você, ou não?
- É sim, você está certa, somos todos seres animais iguais perante a lei. Hehe! Eu vim procurar alguém porque eu estava sozinho e não tinha ninguém para conversar. Pelo visto você está com serviço por fazer, não é?
- É sim, mas o serviço faço mais tarde, primeiro o que importa são os seres vivos, os seres animais, e os materiais ficam pra depois. Pra adiantar também convido você para tomar um chá aqui em minha casa todas as tardes, certo?! Mas pense: sempre que você precisar já sou sua amiga para lhe ajudar!

E assim nós fomos ficando amigos e sempre que eu me sentia sozinho ia lá passear. Apesar de tudo, ainda não acredito nesta história maluca, acho que foi um sonho, porque tive que diminuir de tamanho para entrar naquela toca. Para completar, ouvi uma lesma falar. Pois é, é verdade sim, eu tenho uma amiga lesma, a Olinda!

domingo, 18 de novembro de 2007

Aldeias de Forrest – O Retorno

Aldeia de Deus
E Deus criou...

Rebelde, revoltada com a vida, porém, às vezes, pensativa. Tem 23 anos, é bonita, mas por desgosto e desleixo não se veste bem. Em uma época conturbada, de conflitos contra a Ditadura Militar, ela sonha ter uma vida feliz, de liberdade e amor. Ela chama-se Joana. Com a materialização do perfil idealizado, no pensamento, de um ser vivo ou mesmo um objeto inanimado cria-se um personagem nas entrelinhas de um texto.

Seu namorado, Augusto, tem 27 anos. Carrega com ele um espírito indomável e discute sempre fortemente com a família de Joana. Os dois moram juntos, na casa dela, mas apesar das noites de terremoto no quarto daquela velha residência, eles apenas mantêm um amor de aparências. Ele age grosseiramente com a vida, sendo indiferente às dificuldades e conflitos sociais, políticos e econômicos de um Brasil em fase de censuras e torturas. Augusto tem um final trágico. É assassinado por Joana. E assim criamos um argumento, dois personagens, o que nos permite fazer uma história, dar a este casal de protagonistas familiares, amigos e inimigos. Escrever é uma arte a qual nos deixa colocar no papel idéias boas ou más de figuras imaginárias.

Conforme, a teoria da criação, Deus criou o universo e o homem cria um modo de vida. Deus fez a natureza e o homem a domina. Deus deu as condições materiais para haver vida e o homem, apesar de não usá-las corretamente, tem a capacidade de decidir como usufruí-las. Com o poder de pensar e raciocinar todos nós humanos criamos a própria personalidade, ou seja, podemos fazer personagens que se adaptam, tem a ver, a nós mesmos, ou terceiros. E Deus criou... o homem e a mulher, e nós homens os personalizamos, damos vida aos personagens.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Você me faz continuar

Imensa alegria
a dádiva
amar e ser amado
gostar e ser bem quisto
gostar de quem não gosta de mim
sentir-se tão bem por gostar de todos
isso faz tão bem
isso é tão bom
gostar de quem gosta de mim
ter amores, ter amigos
ter O amor, ter os bons amigos
cultivar os bons sentimentos
plantar a sinceridade, a verdade
colher os frutos, melhores possíveis
antes da paixão vem o amor
apaixone-se, cultive e amará
como sempre quis, o amor vem
todos tem em algum lugar do coração
encontre-o, confie, acredite
sempre, você pode
eu posso, nós podemos
basta querer
os opostos se distraem
só os dispostos se atraem
saber que tenho você
me faz continuar!

http://www.youtube.com/watch?v=zTXwfcQaCMU

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A Aldeia dos Sonhos

Estranho! Como a noite chega rápido, escurece o céu como quando se aproxima uma grande tempestade. O sol alaranjado esconde-se atrás das nuvens, vai descendo por trás das árvores e prédios. Um vento forte e frio convida as folhas de Plátanos, que no chão repousam, para um passeio sem destino. A cidade se agita, as pessoas aligeiram os passos, os carros engarrafam-se numa fuga de fim de tarde para as suas casas.

Já nem posso ver as horas em meu relógio de pulso com a luz natural, mas vejo uma enorme lua cheia agigantar-se no horizonte. O seu brilho opaco reflete nas poças d’água nas calçadas da vizinhança. Sei que ali há alguns canteiros com raras flores amarelas, em meio a galhos secos, curvando-se frente a fileiras de formigas. Vejo, subitamente, um cãozinho com uma perna machucada, tentando a saltos ligeiros atravessar a rua. Penso nas pessoas sentindo-se solitárias neste momento, buscando um abrigo, amedrontadas com o céu que parece a ponto de cair sob suas cabeças. Tudo contrasta. Ao meu lado, vejo uma senhora correr com inúmeras sacolas de supermercado nas mãos. As compras estão caindo por entre seus braços, mas ela não se importa com isto, dando incontroláveis gargalhadas. O cão da perna ferida agora segue a mulher, percebendo que ela trilha um delicioso caminho de alimentos recém saídos da fonte.

Uma criança, no colo da sua mãe, aparentemente sem saberem do mundo ao redor de suas vistas, calmas sentadas em um banco, conversam suavemente. O menino conta sobre sua primeira aula na pré-escola, diz que a professora ensinava a vestir-se de amor, enxergar as pessoas com paixão e brincar de ser feliz. Então, a mãe indaga o pequeno:

- Porque ela disse pra vocês brincarem de ser feliz?

O menino, apesar dos seus cinco anos de idade, parece ter inteligência e civilidade suficiente para conversar com adultos.

- Mãe, a professora disse que mesmo quando coisas ruins acontecem em nosso dia-a-dia a gente deve agir com alegria, porque tudo fica mais fácil de se resolver. Por isso, quando a gente não está realmente contente por dentro, pelo menos temos que brincar de ser feliz...

O garoto veste a camisa da Seleção Brasileira pentacampeã mundial de futebol e uma pulseira com a bandeira da Inglaterra. Ele descreve tim-tim por tim-tim o que acabara de aprender na escola. E acabo sendo seduzido por aquele diálogo envolvente. Quando me dou por conta, estou me aproximando deles prestando atenção em tudo que dizem. Peço licença para sentar-se ao lado dos dois e poder compartilhar deste momento de sabedoria inocente, alienando-se ao estranho entardecer.

- Quem é o senhor?

O tempo passa, a grande lua se esconde num céu nebuloso. Sou apenas um psicólogo, quase um filósofo, melhor, não sou nenhum dos dois, não fui financeiramente suficiente para terminar alguma das faculdades. Meu passatempo favorito é observar o mundo, dar conselhos para as pessoas mais necessitadas, para aquelas que precisam de um aconchego. Meu desafio é sobreviver com uma coluna semanal de comentários sobre Organizações Não-Governamentais, a qual tenho direito e remuneração financeira num jornal da cidade. Nela exponho todo trabalho de pessoas voluntárias que merecem reconhecimento. Sou apenas... respondi para aquele garoto, curioso para saber com toda a sua espontaneidade. O que importa agora é quem os garotos e garotas são e serão pelo futuro da humanidade.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Dia de Table Mountain - Parte 01















Dia 03-09-07, fomos ao Table Mountain, mas antes almoço
no Waterfront, shopping com esta vista para o porto
















Aleco, colombiano Jacobo e italiano Renato brindando
um chopp no restaurante Spur no Waterfront















Na saída do Waterfront, multa de R100 (cerca de 30 reais)
por estacionar fora do lugar o carro alugado pelo Renato















Subindo para o topo da Table Mountain com o cable way,
o bondinho que balança mas não cai e dá um mal-estar















Bancando o turista tirando foto de si próprio















Vista do cable way para o topo da Table Mountain















No topo da Table Mountain.

A minha alegria de viver, a minha motivação
para atualizar este blog, tudo aqui é dedicado
a uma pessoa em especial e ela sabe que é ela!
















Aleco, Renato e Jacobo, ao fundo Cape Town















No topo, 1.087 metros de altura











Ao fundo, a praia de Camps Bay













À esquerda, a cadeia de montanhas Twelve Apostles













Liberdade, onde a natureza foi generosa















Ao fundo, bairros de Cape Town,
cidade com cerca de 3 milhões de habitantes
obs.: desculpe se as legendas não estão bem organizadas,
pois é difícil de editá-las aqui no blog!

Dia de Table Mountain - Parte 02















Ao fundo o brilho do sol sobre o oceano Atlântico















Escalando a la Missão Impossível quase no topo















No topo da majestosa Table Mountain















Que maravilha!














Ao pé da Table Mountain





Após Table Mountain, passeio em Camps Bay





Happy Hour








Pôr-do-sol em Camps Bay Beach

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Sea Point, Clifton e Camps Bay!















Cape Town ou Cidade do Cabo, capital turística da África do Sul















Em Sea Point, bairro de Cape Town















Na praia de Clifton















Clifton Bay Beach















Prédios e casas luxuosos à beira de Clifton Bay,
depois do morro é a badalada praia de Camps Bay

Imagens dizem tudo por si só















Bairro Sea Point















Eu no calçadão de Sea Point















Muitas obras agitam a turística Cidade do Cabo















Local para pique-niques familiares e, na foto, a Maria Fumaça para passeios infantis















Em dia nublado, ao fundo, o monte Lion's Head















Farol Mouille na orla do bairro Sea Point















Telefones públicos e prédios na avenida beira-mar de Sea Point















'Balance' by The Coca-Cola Company: o 'Gatorade' deles que mais parece um detergente















Enquanto vejo sobre o Inter na web, uma Castle que é a melhor cerveja da África do Sul




















Carling Beer, uma gostosa cerveja escura

domingo, 2 de setembro de 2007

Baita domingão















Lion's Head Mountain
















Twelve Apostles Mountain















Se essa gaivota não cagar na foto abaixo, tudo bem! Elas estão por toda a parte!















Eu curtindo o pôr-do-sol em Camps Bay Beach















Bares badalados em Camps Bay















Camps Bay Beach















Camps Bay vista de mais longe, da praia de Clifton















Deitado numa pedra, ouvindo Ben Harper e curtindo o pôr-do-sol















Muitos carros conversíveis em Cape Town...















de todas as marcas, cores, tamanhos, preços e idades!












Sabe quando você acorda com a energia toda, enxerga o sol pela janela, um dia lindo e quer aproveitar ao máximo todas as horas, minutos e segundos?! Assim foi meu domingo... acordei, comi, tomei banho, dei uma geral em meus e-mails, orkut, msn, aquela coisa toda e me mandei pra rua!

Sai daqui do bairro Sea Point e caminhei, caminhei e caminhei, quase duas horas de caminhada até a badalada praia de Camps Bay. Passei por toda Sea Point que é enorme, pela praia de Clifton e, enfim, cheguei em Camps Bay. Curti o trajeto ao máximo, vendo todo o tipo de atração, desde os carros até monumentos, casas e construções em todos os estilos, as montanhas e, claro, as praias.

As pessoas aqui na cidade foram brindadas por um baita domingão, céu praticamente sem nuvens, sol brilhando, temperatura em torno de 20 graus, tudo conforme manda o script de um belo dia. Os carros que passavam por mim eram de todo o tipo, mas me chamaram a atenção os tantos conversíveis, de todas as marcas, idades e estilos.

A praia de Camps Bay é uma das mais badaladas da cidade. Muita gente lotou os bares da orla, muita música, banho de mar, sol, alegria. A paisagem deixa qualquer um impressionado, a natureza realmente foi generosa por aqui. Praias bonitas, pedras na medida certa para compor o cenário, avenida bem urbanizada, bares pra todos os gostos, por trás a ‘Twelve Apostles Mountain’ e um espetacular pôr-do-sol.

Não posso dizer muito e sim mostrar em fotos. Peço desculpas, pois tá dando pau na hora de postar as imagens, quando tá fazendo o upload de repente cai a janela do internet explorer que tá baixando a imagem pro blog. Já tenho um monte pra mostrar pra vocês e prometo assim que conseguir baixar a próxima logo colocar várias.

Agora à noite teve cinema aqui em frente ao bar da escola pra todos os estudantes. Passou o excelente Babel, com áudio em inglês e legenda em inglês como parte do aprendizado e familiarização com a língua. Quem não viu esse filme, não perca tempo! Pra mim, o melhor filme do ano! Depois conversei durante bastante tempo com um pessoal sobre futebol e rugby. Domingo que vem tem a seleção de Parreira, a África do Sul, versus Zâmbia aqui em Cape Town. Uma coreana adorou me ouvir falar sobre futebol, chegava a dar gritinhos e pulinhos de alegria dependendo o jogador que eu citava. Meio inusitado, mas é o jeito dos orientais, como coreanos, chineses e japoneses.

O grande momento do dia foi ficar curtindo o pôr-do-sol, deitado numa grande pedra e ouvindo Ben Harper, a coletânea The Best So Far. Bueno, neste momento, rola aqui I don’t want miss a thing, do Aerosmith, baita som – trilha do filme Armaggedon. E, só pra lembrar, as fotos estão engatilhadas pra postar aqui no blog, espero logo conseguir. O domingo rendeu belas imagens – fiz quase 200 –, de paisagens, pôr-do-sol, mar, montanhas, tudo o que a natureza nos proporciona do bom e do melhor. Fotos de pessoas, locais, atrações, animais, curiosidades e tudo que pareceu interessante.

Fico por aqui e agradeço mais uma vez pela leitura. Muito obrigado! Pensamento positivo sempre, hein?! Acreditar, ter fé, ir em busca, persistir, sonhar, lutar, amar! Uma ótima semana pra você!

sábado, 1 de setembro de 2007

Chove lá fora

Parte da sexta e o sábado foram e será o domingo, segundo a previsão do tempo, diferentes por aqui. Primeiro, em razão da chuva. Segundo, por causa das mudanças aqui na escola. Como acabou o mês de agosto ontem, muitos alunos que ficaram por um mês, do dia 1º até 31-08, foram embora para seus países entre ontem e hoje. Inclusive, o sul-coreano que dividia o quarto comigo.

Grande parte da turma que fiz amizade durante a semana voltou pras suas casas e neste final de semana chegarão novas pessoas que ficarão pelo menos todo o mês de setembro. Tem gente que fica três, quatro, cinco, seis meses ou mais. Da nossa turma, além de mim, restaram o paulista Alecsander, o colombiano louco por futebol, Jacobo, e o turco muito bom de fla-flu, Ismael. Aliás, foi com eles que conversei bastante neste sábado e, claro, jogamos fla-flu. Risada é o que não faltou... E tomei muito café, xícaras grandes e cheias, baldes. É de graça, a única coisa!

Num pequeno período em que a chuva deu uma trégua hoje à tarde, aproveitei pra caminhar pelas ruas aqui do bairro Sea Point. É interessante a quantidade de restaurantes de países diferentes numa mesma rua - indiano, chinês, japonês, italiano, malaio -, supermercados e, principalmente, as inúmeras cafeterias. Aqui como no Japão, e talvez na maioria das nações, muitos nomeiam seus estabelecimentos em português mesmo, dizendo ‘Café isso’, ‘Café aquilo’, fazendo jus ao produto genuinamente brasileiro. Tão típico do Brasil quanto o futebol, o carnaval, Gisele Bündchen, Pelé, ‘Ronaldos’,...

Agora à noite continua chovendo e quem pretendia sair, como eu, teve que ficar por aqui mesmo. Vários trouxeram notebook, outros usam os computadores disponíveis no salão de jogos e no bar da escola mesmo. A internet é via wireless e geralmente o sinal é muito bom. Hoje, além de assistir aos jogos da liga inglesa do Manchester, do Liverpool e tal, tentei pegar algumas informações sobre o jogo África do Sul x Zâmbia que vai ter aqui na semana que vem e vou assistir. O nosso amigo do bar - os dois ‘faz-tudo’ do bar são gente-boa pra caramba e amigos de todos – teve que ligar pra um amigo dele pra pegar informações do jogo, já que ele não sabia nada e nem gosta de futebol. Hehe Adivinha! Seu esporte favorito é rugby!

Bueno, sigo aqui escrevendo, jogando palavras ao vento... ouvir música e escrever no blog no final de noite têm sido interessante e ambos uma boa companhia. Ainda mais hoje que estou me sentindo um pouco sozinho, sem o sul-coreano no quarto pra eu tentar entender seu inglês com sotaque oriental. A minha rotina realmente anda bem diferente, como grande exemplo o celular que não funciona aqui e não está tocando as, normais no Brasil, trocentas vezes por dia.

Há pouco fui ao ‘supermarket’, algo como uma mercearia que abre sete dias da semana dia e noite, e comprei iogurte, um tipo de ruffles light, chocolate, água mineral, um apontador pro meu lápis e um jornal de esportes. Quando cheguei à residência tive uma idéia de ligar pra minha avó, com quem eu não falava há alguns meses. A alegria misturada com surpresa dela de receber uma ligação minha daqui de tão longe foi imensa. Esse é um pequeno fato, uma coisa simples da vida, mas que vale muito, nos traz felicidade e eu valorizo muito.

Esse tempo chuvoso, agora silencioso, me faz pensar em tanta coisa e, claro, bate a saudade de quem a gente ama. Quem nunca esqueço, porém em tantos momentos me distraio com outras coisas e faz com que não fique pensando, repensando, raciocinando o tempo todo, lembrando da falta que faz alguém especial ao nosso lado.

Aqui, agora: 3h55 da madrugada, cinco horas na frente do horário de Brasília. Olho para o celular a todo instante, muito estranho, parece que ele está prestes a tocar e ser quem tanto espero no outro lado da linha, a falar algo pra confortar e me fazer dormir bem. Tem uma música apropriada pra este momento, muito bem regravada pelo Lobão para o seu recente Acústico MTV, seu nome é Me Chama ( http://www.youtube.com/watch?v=6Su5uP3MM9o ): “Chove lá fora e aqui tá tanto frio, me dá vontade de saber aonde está você, me telefona, me chama, me chamaaaa... tá tudo cinza sem você, tá tão vazio e a noite fica sem porquê, aonde está você? me telefona, me chama, me chamaaaaaa...”

Diamante de sangue

O continente africano ainda tem inúmeros problemas, a maioria deles conhecidos pelo mundo inteiro, como a existência de pessoas que vivem abaixo da linha de pobreza, subnutridas, passando fome, sem ter um teto, vulneráveis a qualquer doença e ainda em muitos lugares sob estado de guerra civil. Mesmo assim, a África do Sul é um país que cresce acima da média continental, o mais evoluído. Porém, o diamante ao mesmo tempo é um ponto positivo e negativo do País.

Ouro e diamante estão entre as principais fontes de renda da África do Sul. Eis o ponto positivo. Mas é o diamante o tema em questão. Ao redor do mundo, ele é o protagonista de um mercado de 60 bilhões de dólares. Um dos melhores filmes de 2007, Diamante de Sangue – com grande atuação de Leonardo DiCaprio, do qual o personagem dele é nascido aqui na África do Sul – escancara o ponto negativo do diamante, o uso do trabalho escravo e outros males que podem resultar a sua extração.

Diamante de Sangue é um excelente filme que fala de forma consciente dos males que trazem a extração ilegal do diamante não só na África do Sul, mas também em outros países do continente. As pedras ilegais compram sofrimento na África, principalmente nas mãos de grupos guerrilheiros, e financiam guerras, como retrata o filme um caso que se passa em Serra Leoa – país de um dos piores Índices de Desenvolvimento Humano do mundo. Vale lembrar que, também, existe a busca legal pelo diamante, extração e comércio como mandam as regras, porém sem ser ainda em quantidade relevante. Ah, o filme tem aventura, drama, romance... mais eu não posso dizer, só tu vendo, se ainda não viu!

Sobre religião







A miscigenação na África do Sul aparece muito bem na religião. Assim como o Brasil, o país sul-africano tem imigrantes de inúmeras nações de vários continentes. Isso se caracteriza também na religião.

Aqui na Cidade do Cabo o cristianismo predomina, por isso as fotos das igrejas católicas logo acima. As igrejas nesta cidade são todas muito bonitas, com arquitetura diversificada e até uso de tecnologia como na da foto acima que tem um letreiro luminoso eletrônico. Nele ficam sendo destacados horários de missas, salmos da Bíblia a serem lidos, mensagens positivas, além de hora e temperatura.

Na África do Sul, em geral, igrejas independentes têm muitos fiéis. Elas incluem aspectos místicos tribais e forte crença na influência dos ancestrais. Ainda têm seguidores as igrejas Reformada Holandesa (a Holanda, no século XV, foi o primeiro país a colonizar a África do Sul, logo depois a Inglaterra se apossou do local até meados do século passado), Católica Romana, Presbiteriana a Anglicana. No Cabo Oeste, o islamismo; e, na região de Durban (para onde vão muitos surfistas do mundo inteiro), há os hindus e budistas.