sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Entre flores e espinhos - Copa do Mundo de Futebol no país do rugby
















Loja de artigos esportivos e em destaque produtos relacionados ao rugby: à direita, as bolas ovais; no chão, cornetas para os torcedores; à esquerda, chapéus, bonés e mantas para os torcedores; e, abaixo ao centro, as camisas oficiais da seleção do País.













A África do Sul comemora vitória na Copa do Mundo de Rugby, em 1995















Máquinas e guidastes formam o cenário do início da construção do Green Point Stadium, o estádio de Cape Town para a Copa do Mundo de 2010



Sem falsas ilusões, não se engane, os sul-africanos nem estão tão felizes com a realização da próxima Copa do Mundo de futebol no país. Nem todos sabem do evento em 2010. E mais: parece que só falei de maravilhas aqui no blog até agora, pra não dizer que só falei de flores daqui, inclusive da moderna e turística Cidade do Cabo, onde estou. Este e o texto abaixo falam de um povo sofrido e das alegrias que o esporte pode trazer, no caso o rugby.

Ao longo desta semana tive aulas de história da África do Sul, seus problemas, suas vitórias, sua economia e política, mais tantos outros aspectos. Além disso, tenho conversado cada vez mais com os nativos. Isso fez abrir meus horizontes a respeito de algumas coisas, entender um pouco do que é bastante complexo ou algo que parece simples, como o grande acontecimento mundial que é a Copa do Mundo de futebol. Copa do Mundo que envolve centenas de países, tem bilhões de espectadores e o país-sede gasta milhões para todos os lados, para suprir as exigências da Fifa.

Aqui no país existem alguns clubes de futebol, em torno de cinco os mais fortes, que fazem a alegria de quem gosta do esporte. São eles: Orlando Pirates, Kaiser Chiefs, Ajax Cape Town, Bloemfontein Celtic, Sundows FC, Manning e o Midrang Tigers. E também existem alguns poucos estádios, em torno de dez em condições para as realizações de jogos. Serão melhorados para a Copa. Mas é difícil imaginar só esse número no Brasil, hein?! Ainda mais que a África do Sul nem é tão pequena assim, tem cerca do tamanho das regiões Sul e Sudeste do Brasil juntas. Agora estão construindo cinco novos estádios visando a Copa do Mundo, um deles aqui em Cape Town – a Cidade do Cabo.

O polêmica reside no fato que o Green Point Stadium está sendo levantado na área próxima à orla de Cape Town, das belas praias, do centro moderno, o setor mais rico da cidade e para turistas. O local equivale a menos de 20 % da população e da área do município. Imagine agora uma cidade dividida em duas, separada por uma montanha – a Table Mountain; então agora saiba que no outro lado da montanha 40% dos mais de 80% de habitantes da cidade que estão daquele lado não têm emprego. Nesse lado também estão os que não têm o que comer, onde doenças como a AIDS assola muitos deles, estão as favelas, os mais pobres.

No lado rico, onde a maioria são os descendentes de europeus que pra cá vieram e se pratica em massa o rubgy, está sendo construído o estádio de futebol. O lado pobre, que é o povo – inclusive aqui – que joga futebol ou pelo menos gosta, terá que gastar cerca de 30 randes (algo como 10 reais) para ir até o estádio. Sendo que, às vezes, não tem nem 10 randes para comprar comida e leite para as crianças – com 10 randes se compra um litro de leite. A montanha esconde dos turistas o lado pobre e triste, esconderá durante a Copa do Mundo e tudo parecerá uma maravilha. Durante um mês de Copa do Mundo em 2010, os turistas e os amantes do rugby irão aos jogos de futebol assistir ao espetáculo – talvez de Alexandre Pato e Kaká –, depois o moderno Green Point Stadium virará um ‘elefante branco’ e o lado pobre da cidade continuará o mesmo.

Ah, você está achando que os turistas trarão dinheiro pra cá durante a Copa?! Você está certo, mas tomara que essa verba seja aplicada no lado pobre e não sirva só pra continuar melhorando a infra-estrutura e construindo mais atrações turísticas do lado de cá da Table Mountain. Essas informações colhi em conversas lá e cá por aqui. Seria interessante a construção do estádio no lado pobre, assim haveria motivos para melhorar a infra-estrutura local, geraria empregos e renda.

Dessa forma pensa a minha professora de inglês do turno da tarde aqui na escola, a Pat. Uma descendente de escoceses preocupada com a situação da África do Sul, um país velho e jovem ao mesmo tempo, que vem sofrendo grandes transformações desde o fim do apartheid* em 1990. Pra ela será só mais um evento esportivo, de um esporte em que aqui é secundário ao lado do críquete, do boxe, corridas de cavalo, atletismo, a minoria pratica e será presenciado ainda por menos da minoria dos habitantes locais, só para privilegiados. Está aberta a discussão! A polêmica existe, o que você acha?

Em tempo, no futebol a África do Sul – agora treinada pelo brasileiro tetracampeão mundial Carlos Alberto Parreira – ainda luta para ter bons jogadores e qualidade que pelo menos Nigéria, Gana, Marrocos, Tunísia, Egito e Camarões têm. No rugby, a África do Sul está entre as potências mundiais, como Nova Zelândia e Austrália. A boa notícia é que o povo acredita no esporte para unir a nação, negros e brancos, mais do qualquer coisa. Assim foi quando a Copa do Mundo de Rugby (Rugby World Cup) ocorreu na Cidade do Cabo (Cape Town) e em outras cidades em 1995. A África do Sul sagrou-se a campeã e toda a população do país comemorou muito a vitória.

Apartheid, o racismo legalizado*

O apartheid foi um dos regimes de discriminação mais cruéis de que se tem notícia no mundo. Ele vigorou na África do Sul de 1948 até 1990 e durante todo esse tempo esteve ligado à política do país. A antiga Constituição sul-africana incluía artigos onde era clara a discriminação racial entre os cidadãos, mesmo os negros sendo maioria na população.

Em 1487, quando o navegador português Bartolomeu Dias dobrou o Cabo da Boa Esperança, os europeus chegaram à região da África do Sul. Nos anos seguintes, a região foi povoada por holandeses, franceses, ingleses e alemães. Os descendentes dessa minoria branca começaram a criar leis, no começo do século XX, que garantiam o seu poder sobre a população negra. Essa política de segregação racial, o apartheid, ganhou força e foi oficializada em 1948, quando o Partido Nacional, dos brancos, assumiu o poder.

O apartheid, que quer dizer separação na língua africâner dos imigrantes europeus, atingia a habitação, o emprego, a educação e os serviços públicos, pois os negros não podiam ser proprietários de terras, não tinham direito de participação na política e eram obrigados a viver em zonas residenciais separadas das dos brancos. Os casamentos e relações sexuais entre pessoas de raças diferentes eram ilegais. Os negros geralmente trabalhavam nas minas, comandados por capatazes brancos e viviam em guetos miseráveis e superpovoados.

Para lutar contra essas injustiças, os negros acionaram o Congresso Nacional Africano - CNA, uma organização negra clandestina, que tinha como líder Nelson Mandela. Após o massacre de Sharpeville, o CNA optou pela luta armada contra o governo branco, o que fez com que Nelson Mandela fosse preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. A partir daí, o apartheid tornou-se ainda mais forte e violento, chegando ao ponto de definir territórios tribais chamados bantustões, onde os negros eram distribuídos em grupos étnicos e ficavam confinados nessas regiões.

A partir de 1975, com o fim do império português na África, lentamente começaram os avanços para acabar com o apartheid. A comunidade internacional e a Organização das Nações Unidas - ONU faziam pressão pelo fim da segregação racial. Em 1991, o então presidente Frederick de Klerk não teve outra saída: condenou oficialmente o apartheid e libertou líderes políticos, entre eles Nelson Mandela.

A partir daí, outras conquistas foram obtidas: o Congresso Nacional Africano foi legalizado, De Klerk e Mandela receberam o Prêmio Nobel da Paz (1993), uma nova Constituição não-racial passou a vigorar, os negros adquiriram direito ao voto e em 1994 foram realizadas as primeiras eleições multirraciais na África do Sul e Nelson Mandela se tornou presidente da África do Sul, com o desafio de transformar o país numa nação mais humana e com melhores condições de vida para a maioria da população.

A África do Sul é um país de grande importância estratégica para o mundo ocidental. Ao longo de sua costa viajam quase todos os navios que transportam petróleo para o Ocidente. É rica em ouro, diamantes, carvão, ferro, minérios, cromo e urânio, vital para a indústria militar. Tem uma população de aproximadamente 44 milhões de pessoas, sendo 85% negros.


* Este texto que busquei no site brasileiro do IBGE é necessário para explicar um dos fatos mais conhecidos no mundo sobre a história sul-africana. Auxilia no texto publicado acima deste, que escrevi falando sobre os contrastes e desigualdades sociais daqui, por exemplo na Cidade do Cabo, e sobre a Copa do Mundo de 2010 na África do Sul, o país do rugby.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Coreanos amigos de todos
















Atendendo ao conselho da Valesca, minha prima, não vou mais ouvir músicas em português, tenho que agüentar, resistir à tentação. Segundo ela, que já passou um mês estudando inglês no Canadá, tenho que ir embora sonhando em inglês. Pra bom começo, só converso em inglês com o Alecsandro, meu colega de São Paulo. Bueno, agora estou curtindo minhas coletâneas Cacofonia, mas só as ‘internacionais’. Hehe No momento que escrevo isto, sobre suportar as ansiedades, superar as dificuldades, como a saudade, começa a tocar Boys don’t cry, do The Cure. Que coisa, hein?! hehe

Já estou me acostumando com tudo por aqui, com as pessoas, com o estilo de vida do povo, pegar mini-bus, o divertido e rápido transporte da cidade, a entender o inglês dos sul-africanos, onde não existe o ‘R’... e também estou conhecendo melhor os estudantes que estão por aqui, de diferentes nacionalidades. Tem italiano, francês, colombiano, da Costa da Marfim (não sei como se chama quem é de lá), indiano, japonês, chinês, turco, alemão e, claro, os predominantes brasileiros e sul-coreanos.

Se fossemos fazer um concurso para saber quais os mais simpáticos e prestativos, os coreanos estavam eleitos com folga, com muitos pontos na frente. Comentei com três brasileiros, a Carol, a Michele e o Fábio, sobre o Oh, que acho curioso toda a sua educação, às vezes exagerada, se é que existe educação exagerada. Acordo e ele logo dá bom dia e pergunta se dormi bem, vou dormir e ele ‘good night’, pergunta toda hora se estou com fome, se quero sair, onde quero ir, pra tudo é ‘please’, sempre preocupado em ajudar e deixar o próximo bem. Se não estou com fome, ele espera pra descer e comer junto.

Na verdade, todos os coreanos são assim, conforme as histórias que contaram a Carol, a Michele e o Fábio. Chegam no quarto à noite e se tem uma sul-coreana a janta já está pronta. A fama deles é espetacular, muito positiva, a bondade deles em misto de ingenuidade e alegria permanente chega a ser comovente. O Oh me perguntou se sei cozinhar, eu disse que sim, então ele queria saber o quê e falei macarrão. Aí ele largou uma com uma cara de cão ‘pidão’: se faço um macarrão pra ele antes de ele ir embora. E como eu iria recusar?! Amanhã à noite eu farei, pois sábado pela manhã ele volta pra Coréia do Sul – não generalize Coréia, diga ou Coréia do Sul ou do Norte, apesar de eles não se importarem... assim como devemos falar Mato Grosso do Sul e não Mato Grosso.

Outro gaúcho, o Cristian, que é DJ de música eletrônica do tipo Trance, também é só elogios ao Oh. Diz que ele é parceiro pros passeios, saídas, pras festas – aqui tem famosos locais de balada, como o Fashion TV, como os que conhecemos no Brasil, o Insight, o Buena Vista, o Cubana, entre tantos outros. Mas o Cristian também contou que nos últimos dias o Oh se distanciou da galera, deve ser porque está prestes a voltar pra casa e pode ter batido certa tristeza em deixar o pessoal daqui após três meses de convivência juntos. Já disseram que aqui parece um Big Brother e parece mesmo, na hora de alguém ir embora vai uma turma até a porta se despedir com festa e alegria. Hoje, enquanto fui caminhar na orla da praia aqui próxima, o Oh foi ao shopping Waterfront comprar presentes para a sua família.

Caminhei por vários quilômetros pelo maravilhoso calçadão de Sea Point, onde muita gente corria, caminhava, fazia ginástica, musculação e até jogava futebol. Até? Sim, aqui a grande paixão é o rugby, o esporte popular do País. Nesta parte da praia Sea Point não se pode tomar banho, só apreciar a vista, o calçadão, levar o cachorro pra passear, esportes, pois é uma região com muitas pedras, inclusive o nome da avenida da orla é Rockland Avenue (avenida Terra das Pedras). Porém, logo mais à frente na mesma praia ocorre a badalação com banhistas, surfistas, banho de sol, música, como em qualquer uma das melhores praias brasileiras. Fui até o local onde recém iniciou a construção, está na fase de aterramento, do estádio de futebol da cidade, o Green Point Stadium, visando a Copa do Mundo de 2010. Muitas máquinas, retro-escavadeiras, tratores e pedreiros trabalham no local. A construção civil aqui é um baita ponto positivo, muita poderosa, fazendo a cidade ostentar belos prédios, estradas perfeitas e próspera urbanização.

Agora à noite fomos jantar no Ristorante Posticino, fica a cem metros da escola (que é junto do residência estudantil). Como em várias partes do mundo, a comida italiana está entre as favoritas do povo. E depois, fui ao bar da escola treinar meu inglês com a galera, ouvir música, aliás a seleção musical do local, ou melhor, o bom gosto para som é o mesmo no mundo todo, tocando as melhores que existem em vários paises. A maioria das músicas conhecemos no Brasil ou ouvimos quando saímos à noite ou mesmo nas rádios mais pops. Vai de Bob Marley até The Doors, passando por Santana, Sublime, Pearl Jam, Jack Johnson, música eletrônica... E ainda mandei ver numa cervejinha, a Carling Black Label Beer, que desce que é uma beleza... enquanto assistia a uma partida do futebol local entre Orlando Pirates e SuperStar. Hehehe Que blz!

Por hoje é isso, aqui já são 0h20, agora vou providenciar a postagem de fotos também no blog. Amanhã acordo às 7h30 pra tomar o café da manhã e ir pra aula do Austin, o professor que mais gostam por aqui. Outra coisa: Que chinelada, hein, Inter?! Putz, precisamos vencer fora de casa agora pra recuperar os pontos perdidos no Beira-Rio! Bueno, após mudar de saco pra mala, quero falar que nem sei dizer o quanto estou feliz por vocês estarem lendo o blog, fazendo comentários e ainda mais gostando. Muito obrigado! Volto a dizer: Longe dos olhos, perto do coração!

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Longe dos olhos, perto do coração



















Nativo se apresenta em frente ao Waterfront
pelas famosas moedinhas no chapéu















Porto turístico de Cape Town,
junto ao shopping Waterfront















Bar à beira do mar no Porto de Cape Town


Eu em frente a uma parte do Waterfront,
ao fundo a fabulosa Table Mountain
(Montanha da Mesa) localizada no centro de Cape Town

Seguindo o baile... 1h05 – aqui está começando a madrugada, tudo está quieto, silêncio por tudo fora do quarto... enquanto escrevo aqui, no notebook ao lado o Oh está saciando o seu vício, o joguinho de guerra, conquistar territórios... ele acabou de chegar do posto de gasolina, onde foi comprar uma garrafa de água e dois bolos de chocolate pra nós... a fome bateu na porta!

Agora, como sempre, estou curtindo um som... escrevendo, parando e pensando... ouvindo a música Você me faz continuar, da Cachorro Grande ( http://www.youtube.com/watch?v=zTXwfcQaCMU )... a próxima é Perfeita simetria, dos Engenheiros do Hawaii ( http://www.youtube.com/watch?v=ggILnSuDZEU )... vale a pena ouvir ambas... estou lembrando das pessoas que gosto e estão aí no Brasil, mas ao mesmo tempo pensando na capacidade que temos de fazer amizades e também quantas pessoas legais existem no mundo, tanto os estudantes de outros países que estão por aqui, quanto os sul-africanos são muito atenciosos, amigáveis e preocupados com o próximo!

Hoje o dia rendeu pra mim. Levantei cedo, tomei o café da manhã comunitário com pão torrado, sucos, geléias e leite com sucrilhos, depois tomei banho e fui pra aula – 30 segundos da porta do meu quarto, simplesmente descer um andar, do terceiro pro segundo, do número 305 para o 205. A aula do Austin foi muito boa, todos os alunos falaram bastante, também já estou bem melhor entrosado e compreendendo o inglês do pessoal. Tivemos cada um que falar do seu país pra turma e foi legal o momento em que tivemos que incentivar o Ben, da Costa do Marfim, o mais humilde da sala, a falar. Mesmo com uma grande timidez, todos se mostraram interessados e deram a maior força para o garoto, o único negro da turma. A união de pessoas de diferentes culturas, a troca de idéias, diferentes países juntos, detalhes que só reforçam a luta pela paz, pelo bem de todas as nações em comum, sem preconceitos e desigualdades.

A aula da tarde também foi a melhor até agora. Já estou compreendendo um pouco mais a Pat, que continua falando tão rápido como se estivesse conversando com um conterrâneo que fala a mesma língua. Mas continuo tendo que largar alguns ‘What?’ (o quê?) e ‘Could you repeat, please?’ (você poderia repetir, por favor?). Depois da aula, novamente eu e Oh fomos ao centro da cidade, desta vez fazer uma coisa que eu tanto queria: ter em mãos a minha câmera pronta pra registrar todos os momentos. No caminho, de dentro de um mini-bus, já ia olhando todos os belos lugares que queria fotografar, como a gigantesca Table Mountain (Montanha da Mesa) que emoldura a cidade, um dos principais símbolos de Cape Town. Quando estamos caminhando no centro, entre construções históricas e, ao mesmo tempo, modernos prédios, temos a impressão que a montanha brota de uma rua por trás dos edifícios.

Já com a câmera em mãos fomos para o Waterfront, um shopping e outro espetacular ponto turístico no porto da cidade. Lá existem lojas de todos os tipos, desde as tradicionais marcas por aqui, como Levi’s, marcas características de surfistas, como por exemplo Billabong, Ripcurl, entre outras, e também tem as lojas para turistas, com artigos de todo tipo, cores e formas sobre a África do Sul. No lado externo do shopping bares, turistas de todos os lugares, apresentações artísticas típicas e uma vista sensacional para o oceano Atlântico. Depois de muito andar, pegamos o rumo de ‘casa’, onde agora estou terminando esta postagem para ir dormir.

Já são 1h40, acordo às 7h40. Posso dormir um pouco amanhã à tarde depois da aula que acaba às 15h10 e após quero aprender a colocar fotos aqui no blog, até porque vai ficar muito mais agradável de ir lendo e acompanhar com ilustrações. Agradeço de coração se você leu até aqui, tem lido os textos, sei que são um pouco longos, porém é por eu estar me esforçando em contar tudo e, até mesmo, com alguns detalhes. Valeu! Se quiser participar, dar sua opinião a respeito do que está lendo, sugerir, discutir algum assunto, elogiar, mandar um beijo, criticar... bueno, fique a vontade! bah, te aprochega vivente! E seguimos o baile, continuamos a dobrar esquinas... sempre alto e avante! Não tá morto quem peleia!

Mini-bus e o grande investimento















Mini-bus em frente ao shopping Waterfront,
ao fundo, na foto acima, a Table Mountain

sobre o terceiro dia na África do Sul, a terça-feira (28-08)

Passou o segundo dia, aula novamente, comecei a compreender melhor as pessoas, entender algumas palavras mais do coreano, peguei mini-bus novamente, a ficha começou a cair e os primeiros sinais de saudade surgiram. O esforço pra falar inglês com todos é grande – temos que ficar conversando com estudantes das várias partes do mundo que estão aqui aprendendo a mesma língua. Esse esforço mental chega a me deixar zonzo, às vezes. Além do fuso horário, com diferença de cinco horas pro Brasil, que também nos deixa um pouco confuso. Que tal chamar de ‘confuso horário?’ hehe

Como curto demais música, é claro que eu trouxe alguns CDs pra viagem. A música é uma grande companhia, às vezes remédio para diversos males. E bateu aquela vontade de ouvir o português, nem que seja das músicas, mesmo que não fosse conversar com ninguém em português. O meu único contato com a língua materna tem sido jogar as palavras ao vento aqui no blog. Entrei no msn apenas uma vez, no domingo passado quando cheguei. Estou aqui escrevendo pro blog (21h40), ouvindo Nando Reis e seu excelente álbum Luau MTV. A música chamada ‘N’ lembra justamente quem amo e está longe nesse momento. “Espero que o tempo passe, espero que a semana acabe, para que eu possa te ver de novo. Espero que o tempo voe, para que você retorne, para que possa te abraçar e te beijar de novo. E agora como faço sem você?...” Ah, saudade que bate forte no peito!

Enquanto estou aqui no notebook escrevendo, o Oh está lá deitado na cama, rindo sem parar ao assistir um programa de comédia coreano num mini-play station. Ele também passa horas do dia jogando um game de guerra, conquistar territórios e tal no notebook dele. O Oh, 22 anos, é famoso por aqui, todos falam bem dele, dizendo que ele é ‘gente-fina’, parceiro e por aí vai. Sábado ele volta pra Coréia do Sul, fechando três meses aqui. Aí eu me torno o veterano no quarto e terei que auxiliar quem chegar.

Na minha turma da manhã no curso, são seis alunos. Eu e mais um brasileiro (só conversamos em inglês), o Alecssandro, um colombiano, o Jacobo, um turco, o Ismael, um da Costa do Marfim, o Ben, e um alemão, o Axel. Eram sete no meu primeiro dia, mas o francês, que já o vi por aí usando camisa da seleção brasileira, subiu um nível em seu curso. Na turma da tarde somos somente eu e o Alecssandro. Nas duas primeiras aulas da Pat, na tarde, aprendemos bastante sobre a história da África do Sul, Mandela, os países vizinhos, etc.

Hoje, quando acabou a aula, eu e Oh fomos ao centro de Cape Town procurar a tal assistência técnica pra ver o problema da minha câmera. Encontramos, a técnica analisou o problema e avisou que o concerto iria custar em torno de 900 randes. Fiquei apavorado e o coreano dizia ao meu lado ‘is expensive’ (é caro), mas pensei bem e mandei consertar. Comprar uma câmera nova custaria cerca de 4000 a 5000 randes. E também seria inimaginável ficar sem fotografar e ter recordação da viagem. O problema na câmera existia, era na lente, eu sozinho não resolveria e precisava consertar. Foi um investimento e não um gasto. Fotografar e poder contar as histórias com as imagens durante muito tempo. Deixei a câmera lá para buscar nesta quarta-feira à tarde.

Aqui tem lojas de marcas conhecidas, como Billabong, Ripcurl, Fórum, Lee e outras tantas por todos os lados, em shoppings, no centro, nos bairros. Mas nada se compara com uma marca em especial, a Levi’s. Está em todo o canto, tanto em loja própria, quanto dentro de lojas de departamentos, como a Edgar’s – uma loja do tipo C&A e Renner, porém com maior diversidade. O Oh sempre quer entrar na Levi’s, até hoje decidiu comprar uma calça, a sua primeira da Levi's. Estava faceiro pra caramba. E sempre me perguntando o que eu acho do preço, comentei que era normal pela marca. Os preços por aqui são na média parecidos com os do Brasil, a Cidade do Cabo parece ser extremamente moderna.

Depois das voltas pelo centro, pegamos dois mini-bus e voltamos pra ‘casa’. Assim, passou mais um dia, a terça-feira (28-08). No quarto ainda estudei antes de dormir e após fazer um lanche. Antes que eu me esqueça, o pessoal reclama bastante do almoço aqui do alojamento. Segunda-feira foi massa com guizado, massa com caldo de molho branco, mas já seco, e mais massa, essa sem molho. A cozinheira é quem serve e enche o prato até quase transbordar. Os estudantes fogem da comida daqui, comem na rua, dizem que todo dia é assim. Massa com massa, bastante carboidrato. Hoje também teve massa com batata.

Lost

falando da segunda-feira (27-08)

A primeira noite em Cape Town. Fui dormir em torno da meia-noite no horário local, aliás tentar. O cansaço era grande, a cabeça girava, um pouco de dor de cabeça – a primeira e única – e outro tanto por estar perdido, meio ‘onde estou?’, ‘quem sou?’, ‘como será amanhã?’, dúvidas e mais dúvidas. Apaguei logo, mas em compensação acordei praticamente de hora em hora durante a noite.

Vários motivos transformaram a noite numa loucura, chegando a ter cenas engraçadas, inesperadas e bizarras. Existia a preocupação, mesmo com o despertador do celular acionado, em não se atrasar para a primeira aula, que começava às 9hs e 15 antes eu teria o teste para saber qual o nível do meu inglês. Então, meu relógio biológico também enlouqueceu e me fez acordar diversas vezes achando que já de manhã.

Uma das vezes que acordei, uma das últimas, foi num movimento brusco que sentei na cama e disse impulsivamente, meio sonhando, meio acordado, ‘Tá na hora?’ e o coreano abriu os olhos assustado e dizia ‘What?’ (o quê?) repetindo umas três vezes, sem entender o que havia acontecido comigo... hehe nem eu estava me entendendo!

O mais louco aconteceu logo depois que adormeci novamente. As duas camas ficam lado-a-lado, separadas por cerca de 30cm, eu estava dormindo meio de lado, meio olhando pra cima e de repente recebi uma mão na cara, cobrindo todo meu rosto por uns 3segundos... fiquei assustado? Que nada! Muito mais que isso, quase me borrei na calça, fiquei imóvel, não quis revidar, responder o golpe, achando que tava levando um golpe de ninja desse coreano, que após os 3seg continuou com o braço totalmente esticado até próximo ao meu rosto, porém fechou a mão. Fiquei mais maluco, pensando ‘onde me meti?’ ‘era só o começo!’ Virei de lado e dormi outra vez.

Pela manhã levantei uma hora e meia antes da aula, às 7h30, tomei meu banho e quando saí vi sobre a mesa uma tigela de sucrilhos e fibras. O Beom Seok Oh apontava em direção à tigela e dizia ‘for you’ (para você) e mais um bocado de coisas que eu não entendia, sem saber o que estava acontecendo outra vez. Resolvi comer, vai ver que era uma gentileza de quem estava há mais tempo na escola. Depois descobri que ele realmente estava preocupado comigo, porque eu não sabia o horário do café da manhã e por isso trouxe o lanche.

Tive aula das 9hs às 10h40, depois das 11hs às 12h40 e à tarde das 13h30 às 15h10. Esse é o horário todos os dias. Na turma da manhã, um professor chamado Austin, senhor com cerca de 60 anos, mas bem descolado, conduziu uma aula em que os alunos participam bastante, contam suas histórias, interagem para tornar o inglês fluente. Não entendi muito da matéria, apenas palavras-chaves, mas pior foi à tarde quando a professora Pat falava como se estivesse dando aula para alguém com inglês fluente. Eu não entendia nada e ainda deu sono a aula.

Depois da aula, eu e Oh fomos ao Canal Walk, um shopping gigante que existe na cidade. O shopping é simplesmente um dos mais bonitos que já conheci. Completo, com lojas do mundo inteiro, inúmeras marcas conhecidas, com todo o tipo de produtos à venda. Bueno, ainda estou devendo fotos da viagem, mas como já contei a câmera estragou e procurei no shopping todo algum lugar que arrumasse ela, então me indicaram uma assistência no centro da cidade, onde teria que ir na terça-feira.

Outra coisa curiosa e que me chamou a atenção são os ‘mini-bus’, como chamam aqui. Pegamos dois na ida para chegar ao shopping. O mini-bus nada mais é que a Besta que nós conhecemos no Brasil ou Topic, as vans de 16 lugares. São inúmeros e passam às vezes mais de um por minuto, não tem ponto específico para parar, só uma rota de ruas a seguir. Os mini-bus tem um motorista e um cobrador, este fica na porta dos passageiros com a cabeça pra fora da janela, gritando sem parar o destino do mini-bus – o meu bairro, no caso, é Sea Point -, assobiando pra chamar a atenção, enquanto a van acelera e reduz com rapidez a velocidade, buzina e segue até conseguir passageiros para lotar os 16 lugares. É um ator, um maluco, mas são vários, inúmeros por toda a cidade, gritando pelas ruas. É engraçado. A passagem custa 4 randes (um real e alguns centavos) – para comparar, antes de viajar, comprei 1140 randes com 350 reais.

Os ônibus convencionais de transporte urbano são raros, mas tem alguns que saem de um terminal no centro da cidade. Pegamos um mini-bus especial do Canal Walk, às 21hs, pra voltar pra residência estudantil. Cheguei muito cansado, dei uma volta no bar dos estudantes, na sala de internet, na sala de jogos, cumprimentei uns brasileiros que encontrei e cerca de meia hora depois subi para dormir. No estômago tinha só uma torta de framboesa gostosa, bem gostosa mesmo, que eu havia comido no shopping por volta das 19hs. Foi uma segunda-feira agitada, eu estava realmente perdido em relação a tudo que acontecia ao meu redor e a comunicação com Oh vai melhorando em ritmo lento.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Sob um céu de blues

contando como foi o domingo (26-08)

Antes de mesmo do avião decolar de Guarulhos, iniciar a partida do Brasil, já conheci dois brasileiros que estavam no vôo. Aliás, quem puxou assunto foi um deles, com cara de Nando Reis, mas era João o nome dele. Logo veio perguntar pra onde eu iria, interessado em ajudar, mostrar-se um cidadão do mundo, passou contatos de conhecidos dele na Cidade do Cabo, trocamos e-mail e tal... o outro brasileiro era o George Tassoulas, paulista com descendência grega.

Ao iniciar o vôo, o historiador e pesquisador João, que estava indo para a Indonésia, saiu do banco ao meu lado e sentou-se em outro logo mais à frente, sem ninguém ao lado, possibilitando assim se espichar mais, ficar mais confortável... ou em outra provável hipótese, não ficar ao meu lado por algum motivo... hehe Já George, que estava atrás, pulou pro banco ao meu lado. Viemos conversando em grande parte das 8h30 de viagem até Johannesgurgo, de onde eu viria pra Cidade do Cabo e ele seguiria para a China. George havia ganho uma bolsa para estudar mandarim no país asiático!

Depois de muita conversa nas primeiras duas horas, resolvi relaxar, assim que descobrimos a programação de entretenimento do avião... em nossa frente, na traseira do banco à frente, havia pequenos televisores individuais... ficamos pesquisando tudo que havia para assistir, tinha desde desenhos animados, passando por programas de TV, documentários, como sobre desertos do mundo, e finalmente filmes. Assisti Shrek 3 e depois dormi, bem como quase todos os passageiros, pois já eram cerca de 3h da madruga!

A viagem passou mais rápido que eu imaginava. Cruzamos o oceano Atlântico, um gigante das águas, e, como eu estava sentado num assento com janela, podia ver o mar, uma imensidão azul... o único azul apreciável... hehe quando amanhecia, antes de sobrevoarmos o continente africano, era céu e mar, tudo azul!

Chegando em Johannesburgo – ou Joburg, como chamam -, a grande cidade da África do Sul, a São Paulo deles, fui logo agilizar minha conexão para destino final, a Cidade do Cabo. Resolvi os trâmites de check in, bagagem e tal, e passei para sala de embarque, o último local antes de embarcar. Já que tinha uma hora para o embarque, andei pelo belo, moderno e grandioso aeroporto – de primeiro mundo, nem se compara com nenhum do Brasil -, quis conhecer as lojas e fazer algumas fotos.

Aí aconteceu o inesperado, uma das últimas coisas que poderiam acontecer. Após fazer umas três fotos com minha câmera digital, a bendita estragou, simplesmente a lente trancou e não funcionou mais. Putz, no primeiro dia de viagem ficar sem a câmera para registrar os momentos é dose! Tentei de todas as formas ver o que estava acontecendo, descobrir o problema, mas não teve jeito. A partir daí, bateu uma ‘mini-depressão’, fiquei com dor de cabeça, logo resolvida com um Tylenol, e embarquei para as últimas duas horas de viagem, já sem brasileiros no vôo e com poucos turistas. Durante este trecho de viagem notei uma imensidão de solo seco ou com pouca vegetação, com o verde aparecendo em maior intensidade já próximo da litorânea Cidade do Cabo.

O alívio para a ansiedade, um pouco de nervosismo que eu tava, por ser tudo novo, não saber o que iria encontrar, também um pouco de preocupação se daria tudo certo, etc... o alívio veio quando logo ao desembarcar estava um senhor me esperando com um placa na mão escrita meu nome... aí já comecei a entrar no clima do misto de férias, intercâmbio cultural, estudos, blá blá blá... ele me levou para a residência estudantil, fui apreciando o caminho da turística Cidade do Cabo... no início vi uma favela, mas logo a beleza da cidade começou a ser revelada, primeiro com as excelentes ruas e estradas, características do país e famosas, inclusive no Brasil, pela sua qualidade – sem pedágios. Cheguei à residência e fui levado até o quarto, onde estou agora escrevendo, que é junto da escola também... meu quarto, o qual estou dividindo com um sul-coreano chamado Oh, é um andar acima das duas salas em que tenho as aulas de inglês.

O primeiro dia foi bem difícil, quase não consegui me comunicar com ninguém, entendia poucas palavras... primeiro meu inglês ainda não é uma maravilha, depois o inglês dos sul-africanos tem um sotaque que precisamos pegar a manha para compreender. Agora imagina tentar me comunicar com o sul-coreano, ambos com inglês meia-boca e ainda ele falando num sotaque mais do que nunca complicado, sem conseguir pronunciar com clareza para os ocidentais muitas das palavras... aliás, são vários os sul-coreanos por aqui, assim como brasileiros... para o domingo era isso, é hora de dormir... agora é meia-noite aqui - e cinco horas menos em Porto Alegre, horário de Brasília – para iniciar as aulas já às 9hs desta segunda-feira!

Nata, bolo de milho, carreteiro, cachorro-quente e massagem... boa sorte!

O primeiro dia começou, na verdade, no dia anterior... às 6hs da manhã de sábado (25-08), eu estava no aeroporto de Porto Alegre recebendo o tchau e boa sorte do pai e do Toninho, meu irmão mais novo, para embarcar rumo à São Paulo em viagem que me levaria para a África do Sul!

Cheguei por volta das 8h15 no aeroporto de Guarulhos, dentro do tempo previsto, mas era estranho não haver atraso em um vôo no Brasil... então ficamos esperando por cerca de meia hora dentro do avião na pista do aeroporto paulista por não ter disponíveis ônibus que levariam os passageiros até o terminal... era muito bom pra ser verdade... já esperando as bagagens, um novo grande atraso de cerca de meia hora... eu nunca havia visto ou passado por esse tipo de atraso em aeroportos no Brasil... tiveram passageiros que ficaram nervosos, gritavam pedindo pelo menos um parecer da Infraero e um rapaz chegou a bater seu carrinho na esteira várias vezes, como se fosse iniciar uma rebelião, sua atuação era em vão, o problema até era pequeno... assisti tudo, peguei minha bagagem e encontrei a Valesca, minha prima que mora em SP e me aguardava... nos abraçamos, beijo pra lá e beijo pra cá, sempre nos demos muito bem... hehe

Cheguei na casa dela, a tia Alice não estava em casa e a Claudinha, a irmã da Val mais nova, estava no banho... comi alguns pedaços de um gostoso bolo de milho e fui pra cama, já que havia saído de casa às 5h30, madrugada... dormi das 10hs ao meio-dia... quando levantei eu estava com mais energia e almoçamos, aliás um bem gostoso carreteiro da tia... ela disse que eu merecia já que comprei dois potes de nata em Porto Alegre e levei pra ela, não tem nata em Sampa...

O dia com as gurias foi muito bom... a tarde foi uma beleza, rimos das lembranças de família e recebi uma super massagem da fisioterapeuta Claudinha... hehe depois fomos ao centro paulista, onde eu comprei uma mochila pra carregar minhas coisas e o notebook nas costas, já que minha pasta de carregar de um lado do corpo, sobre um ombro, estava me deixando torto e causando dor nas costas, antes aliviadas pela massagem... eu precisava fazer com que a ajuda da Claudinha não fosse em vão e disse que iria cuidar da postura, carregar a mochila correta, não tanto peso e tal...

Voltamos pra casa e devoramos o cachorro-quente feito pela tia, comi uns quatro ou cinco... depois tomei um banho e a Valesca me levou ao aeroporto, onde iniciaria de fato minha jornada rumo à África do Sul... embarquei em torno das 22hs, a Valesca me desejou muita sorte, assim como muitas pessoas queridas, que ligaram e escreveram fazendo o mesmo... e aqui, mais uma vez, agradeço isso do fundo do meu coração! O boeing da South African Airlines decola para cruzar o céu por cima do oceano Atlântico rumo à primeira escala no outro continente, Johannesburgo!

Obs.: É a primeira vez que posto algo em um blog contando alguma história, não sei se está agradável para ler a forma que estou escrevendo, se é a melhor forma de se escrever em um blog e tal, mas vou melhorando... desculpe a minha falta de jeito... não tá morto quem peleia! hehe

Dobre a esquina!

Você deve estar se perguntando o porquê de ‘Dobrando a esquina’? Dependendo o lugar em que estamos, quando você dobrar ou virar a esquina você não sabe o que vai encontrar na próxima rua ou o que vai ver será uma surpresa... tu vira a esquina, tu entra na próxima rua, muitas vezes só tendo ouvido falar o que há no local... pode haver algo bom ou nem tanto... porém algo novo, uma mudança... depois uma nova mudança... uma nova esquina, uma nova escolha, um novo destino, algo novo, adquire conhecimento, vê um novo lugar, novas pessoas, novas alegrias...
enfim, usando a expressão ao pé da letra e no bom português, ninguém consegue dobrar uma esquina, colocar um lado sobre o outro, como uma peça de roupa... ah, deixe a imaginação fluir, veja o ‘dobrar a esquina’ pelo lado positivo, siga em frente na nova rua e você pode encontrar algo muito bom! Se não for tão bom, for um obstáculo, tire como lição, ultrapasse-o, mostre que você pode, será uma fase somente e logo você se verá ‘dobrando outra esquina’ e poderá encontrar algo tão bom que você vai pensar que tudo valeu a pena, qualquer esforço, toda esquina já dobrada anteriormente!