quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Entrevista com o técnico Carlos Alberto Parreira

Leia abaixo pela primeira vez na íntegra a entrevista que fiz com o técnico Carlos Alberto Parreira há exatos dois anos, quando o treinador ainda comandava a seleção da África do Sul, antes de passar o cargo para Joel Santana. Hoje Joel Santana já não é mais o treinador e Parreira está bem cotado para assumir novamente os ‘Bafana Bafana’, como é conhecida a seleção da África do Sul. Nesta entrevista concedida por Parreira num hotel da Cidade do Cabo, o técnico afirma que seu ciclo na seleção brasileira acabou. Parte desta entrevista foi publicada na edição de fevereiro de 2008 da revista Placar, junto de uma reportagem também feita por mim sobre a preparação da África do Sul para a Copa do Mundo de 2010.


*entrevista realizada em setembro de 2007, na véspera do jogo África do Sul 1 x 3 Zâmbia. Após esta partida num estádio de rugby da Cidade do Cabo, o povo sul-africano mostrou indignação e já pedia a saída do técnico brasileiro.

Aleco Mendes – Como está o trabalho na seleção da África do Sul?

Carlos Alberto Parreira – Bom, nós estamos na fase de aclimatação, adaptação, início de trabalho. Embora estejamos aqui desde janeiro, está indo bem. Estou implantando uma série de mudanças, o país é diferente, outra cultura, outro estilo e mudanças demandam tempo e um pouco de paciência para que elas sejam processadas. Você não pode chegar e mudar tudo de uma vez. Temos uma estrutura que pode ser melhorada, que ainda não é a melhor para uma Copa do Mundo. Não estamos numa posição confortável no ranking de seleções da Fifa, isso não é bom para quem vai sediar uma Copa, queremos melhorar. Mas é um processo que demanda tempo. O time precisa ser renovado, o time envelheceu, não existe um trabalho de base, não existe campeonatos de 17 anos, sub-20, sub-23, como existe tão forte no Brasil. Estamos melhorando em alguns aspectos, já que temos 12 jogadores com experiência no exterior, sendo a maioria na Europa, entre os 22 que tenho convocado. Com a volta do Benny McCarthy o time ganhou alento novo, ele realmente é o melhor jogador sul-africano. Conversei com ele em Manchester, porque ele não queria jogar e acabou voltando.

A África do Sul está em condições de sediar a Copa do Mundo?

Até um ano atrás havia dúvida de que o País poderia sediar, agora não tenho a menor dúvida. A África do Sul vai fazer uma bela Copa, será uma boa surpresa para o mundo. São cinco estádios novos do melhor nível, serão recuperados cinco estádios de rubgy, que são muito bons, o que eles chamam de ‘renovation’, acho que aqui tem uma rede hoteleira excelente, estradas ótimas, talvez até lá precise melhorar o transporte e metrô. O País é bonito e rico, tem diversidade cultural, tem o que fazer aqui e o que ser visto, já que o turismo é muito forte.



Existe em meio ao povo sul-africano a polêmica de estar sendo investido muito dinheiro para a Copa e, mesmo tempo, ainda tem muita pobreza.

No Brasil é a mesma coisa, porque você vai investir em estádio, infra-estrutura e não vai resolver o problema do País. Se for pensar assim nunca vai sediar Copa do Mundo. Agora nenhum país sul-americano tem condições de riqueza e exuberância financeira que apresentou a Alemanha na Copa de 2006. Não é a Copa que vai resolver problema econômico, de alimentação, educação, cultural, de saúde.

Falando em polêmica, comentou-se muito de seu salário quando o senhor foi contratado para treinar a África do Sul. Os sul-coreanos criticaram muito?

Crítica houve e eu quase nem assinei quando cheguei aqui. Perguntavam ‘como se paga tanto para um treinador?’ Só que meu salário é um bom salário, mas não é o maior do mundo, evidentemente. Tem muitos treinadores de clubes europeus que ganham muito mais e nem se compara a eles. Mas é que era uma coisa diferente, na África do Sul eles não estavam acostumados a estes valores, porém foi só no início. Quando cheguei aqui fui muito claro, acho que a minha primeira reunião de imprensa foi impactante, porque disse que não assumi o cargo pelo dinheiro. A minha vida já está estabilizada, arrumada financeiramente, eu poderia muito sobreviver sem assumir a seleção sul-africana. Falei ‘vim pra cá porque vocês vão organizar a Copa e é o maior evento esportivo do mundo, já participei de sete e quero ir para a oitava.’ Assim, o assunto do salário esfriou.



A respeito da sua saída da seleção brasileira ficou alguma mágoa?

Não, nenhuma. Ganhando ou perdendo o treinador tem que sair. No Brasil quatro anos como treinador é muito tempo, o desgaste é muito grande, a pressão enorme. Os últimos quatro campeões do mundo largaram a seleção no dia seguinte, quando ganha sai, então imagina perdendo. Isso é normal, esse é um processo de transformação natural.

O que o senhor pode dizer a respeito da participação do Brasil na Copa do Mundo de 2006?

Tudo já foi falado, eu não vou mais tocar neste assunto. Isto pertence ao passado, não vou acrescentar nada ao que já foi falado, o que já falei, o que já cansei de falar. Todo mundo sabe o que foi que aconteceu.

E há todo o tipo de comentário sobre a eliminação do Brasil, sobre as possíveis causas...

A Copa do Mundo é assunto do passado. Eu não tenho mais nada pra lançar sobre Copa do Mundo. Já fez um ano. Esse assunto pra mim morreu.



E sobre os técnicos ao redor do mundo, a nova geração? O Brasil tem o Dunga...

O trabalho do Dunga tem sido excepcional. Ele não tem experiência de treinador, mas ele tem experiência de três Copas do Mundo. É um líder nato, um jogador que gosta e conhece futebol. Eu conversava muito com o Dunga quando eu queria saber do campeonato alemão, ele me dava uma aula, o que eles faziam, treinavam. Com o Jorginho o trabalho está sendo ótimo, a CBF tem estrutura. Acho que ele deve ser mantido, o futebol é seqüência.

Você enxergava nele um futuro treinador?

Não só um treinador, ele era alguém que gostava de futebol, estava atento à parte tática, à evolução, ao treinamento. Se você perguntar para algum jogador ‘o que vocês fazem?’, vai dizer ‘a gente faz isso e tal’. O Dunga sabia exatamente como era o programa de trabalho, a semana, o treinador, a diferença do futebol italiano, alemão e eu gostava de conversar com ele para saber como era o treinamento, o que eles faziam, sobre os jogadores, o que mudou, uma visão geral do futebol mundial e o Dunga foi sempre muito atento a isso. Ele tem muita experiência de vida, de futebol mundial.

Acha que ele está pronto para seguir até a disputa da Copa de 2010?

Sem dúvida alguma, já ganhou a Copa América.

E agora tem as eliminatórias pela frente...

Pelo que eu vi na Copa América, o Brasil não vai ter a menor dificuldade de se classificar. Evidente que tem alguns jogos que são chaves: a Argentina fora, o Equador na altitude, a Bolívia na altitude, o Paraguai fora de casa. Uma derrota ou duas não vai atrapalhar a trajetória do Brasil para a Copa. O Brasil se classifica, não vou dizer com tranqüilidade, mas confortavelmente.



O senhor vê um grupo de qualidade nesses jogadores, que o Dunga está fazendo renovação?

Eu acho que uma renovação depois de uma Copa sempre é prioritária, principalmente depois de uma geração participando de uma segunda Copa do Mundo, dificilmente uma geração participa de três. Muitos jogaram 2002 e 2006, após era normal que algumas peças fossem trocadas. A única coisa é que um ano antes de começar a Copa, na época da Copa das Confederações, você já deve ter a base pronta.

Aquela velha história: o Brasil tem Kaká, tem Ronaldinho Gaúcho e Robinho e mais um centroavante que entra e o Dunga está estudando vários jogadores para a função, mas eles podem jogar juntos?

Claro que conseguem. O grande desafio do treinador é aproveitar o talentos desses jogadores. Ninguém tem isso que nós temos. E o grande desafio do treinador é aproveitar isso em benefício da equipe. Fazer com que eles joguem juntos e rendam.

É o famoso quadrado mágico. Não fica muito ofensivo? Muito aberto? Vulnerável?

Depende. Eu não comecei com o quadrado. O Rivaldo jogava, o Kaká ficava no banco, o Ronaldinho chegou a ficar no banco, depois chegou o momento em que os quatro estavam tão bem em seus clubes que achei que valia a tentativa de colocar os quatro jogadores juntos em benefício da seleção, foi o que nós fizemos e deu certo. Deu certo até a Copa. Ganhamos as eliminatórias, Copa das Confederações, Copa América, mas não funcionou na Copa.



O Kaká parece para o senhor o novo líder da seleção, o capitão para a próxima Copa?

Eu cheguei a falar isso, que na próxima Copa a seleção teria um novo capitão e que seria o Kaká. Pela ascendência, pela liderança, pelo o que ele é, pela presença, pelo futebol. E pela pessoa que ele é. Kaká tem nível, tem postura, tem educação e tem futebol, que é o mais importante.

E o Ronaldo Fenômeno, tem condições de ir para a próxima Copa?

O Ronaldo hoje tem 30 anos. Ele ainda é o melhor atacante do Brasil. Se ele realmente se conscientizar que quer voltar à seleção, terá que trabalhar, treinar no Milan, mostrar e entrar em forma. Com certeza o treinador tem que estar atento.

Agora tem o Alexandre Pato na concorrência...

Que é um jogador maravilhoso. Ninguém se iguala ao Brasil nessa renovação. Fiquei encantado com o futebol dele, ele jogava nas divisões de base e depois nos profissionais do Internacional, vi várias vezes nas seleções de base. O Milan espertamente trouxe um jogador que, com certeza, tem tudo para ser um novo Robinho, um novo Ronaldinho. É mais uma talento a favor do futebol brasileiro. Embora ele tenha só 18 anos, de repente ele possa fazer parte do grupo de 2010. Não tenho a menor dúvida disso. Se ele começar a jogar no Milan, é um jogador que embora jovem, já tem muita experiência. Já foi campeão mundial de clubes, campeão pela seleção brasileira, ele tem uma vasta experiência.



Quais as seleções que serão destaque em 2010?

Elas estão disputando agora as eliminatórias. Eu acho que a Alemanha é a grande candidata, deixou uma base jovem (ao final da Copa de 2006), que para mim é a grande adversária do Brasil na Copa. Acho que a próxima Eurocopa vai nos dar uma idéia. Mas a Alemanha para mim, sem dúvida, já sai na frente. A Itália também não pode ser desprezada, como é a atual campeã do mundo, a Inglaterra tem muita dificuldade em se classificar (realmente... recém foi eliminada da Eurocopa, ainda na fase de eliminatória), e não tem nenhuma seleção que esteja despontando. Acho que a Alemanha é o time mais forte no momento.



E a África do Sul quer chegar aonde?

Como país promotor, e como todos os paises que não foram campeões do mundo, que não têm tradição na Copa, tem como objetivo passar para a outra fase. Os Estados Unidos passou, México passou, Japão passou, a Coréia passou. O objetivo é passar para a outra fase. Eu não imagino um país sediando a Copa e não ir para a segunda fase. Depois é chegar o mais longe possível.

Aqui é o país do rúgbi, ao lado de Austrália, Nova Zelândia, já é bicampeão mundial...

Críquete e rúgbi são muito fortes, competem com o futebol.



Mas já caiu a ficha da torcida para a Copa? O povo está empolgado com o futebol?

Não, ainda não. Eu acho que a partir da Copa das Confederações, em 2009, aí o país vai se envolver. A Copa já desperta um certo interesse da nação, não é uma coisa desconhecida e desapercebida, mas eu acho que a tal da fever (febre, em português), como a Fifa chama, a World Cup Fever (febre da Copa do Mundo) vai começar a partir da Copa das Confederações. Ou seja, um ano antes da Copa já está de bom tamanho.

A respeito do futebol brasileiro, a organização, o que o senhor vê agora? Vê com bons olhos o Campeonato Brasileiro com pontos corridos? Está mais confiante?

Isso eu dizia desde quando estava na CBF: ‘vai ser a salvação do futebol brasileiro’. Não se podia imaginar que em trinta anos de campeonato brasileiro a cada ano a fórmula fosse diferente. Isso era absurdo, ninguém queria comprar pacote do futebol brasileiro porque não tinha credibilidade, ninguém sabia o que ia acontecer. A CBF entrou firme com os pontos corridos. Agora se passou a entender a importância de cada ponto. Acabou esse negócio de ‘tapetão’, descem quatro, sobem quatro. Você valorizou o futebol brasileiro porque tem duas divisões fortíssimas, a primeira e a segunda. Tem credibilidade, com os jogos acontecendo exatamente nas datas, não há mudanças nas datas ou jogos defasados. Esse ano houve exceção em alguns jogos do Flamengo, não por culpa da CBF, em razão do Pan-Americano. Nesse aspecto geral, a gente está indo muito bem.

A organização dos clubes no Brasil continua polêmica. Pra citar como grande exemplo, o Corinthians está numa situação difícil, a torcida protesta, o senhor já trabalhou lá e conhece um tanto do clube. O que o senhor vê de solução para estes problemas?

O futebol inglês é o mais forte do mundo, é o que mais paga para jogadores e treinadores. Existe uma liga que representa os clubes, que tem o poder de todas as negociações com televisão, com patrocinadores, é um futebol rico. Fazem negociações de 2 bilhões de euros por dois anos, três anos. Então já a gente ainda não aprendeu a ter este poder de negociação. Os clubes como, por exemplo, Manchester, Liverpool, Arsenal, além de terem sido comprados por bilionários que estão investindo muito dinheiro, eles têm uma renda por jogo, são 60, 70 mil pessoas que deixam lá uma fortuna ao final do ano. Eles têm um merchandising muito forte, uma TV muito forte. As TVs brasileiras não têm como pagar o que pagam as TVs européias. O nosso problema é sobretudo de estrutura de gestão, da parte financeira. Mas, mesmo assim com as dificuldades, você vai em clubes como o Internacional, Grêmio, São Paulo, Palmeiras, Fluminense e tantos outros, Santos, Cruzeiro, Atlético, têm centros de treinamento, têm formação de jovens, acho que o trabalho é bem conduzido de um modo geral, mesmo sem condições financeiras o trabalho está sendo bem conduzido.

Internamente, as parcerias em alguns clubes, eu citei o exemplo do Corinthians...

Isso aí foi uma coisa que não deu certo. Foi anunciado que não ia dar certo, era um dinheiro que desde o início houve dúvida, polêmica da origem desse dinheiro. Foi uma coisa anunciada: ‘não daria certo e acabou não dando’. Não foi surpresa para mim. A gente quer que venha gente de fora que invista e que dê retorno. Já é o terceiro caso de patrocinadores que vem de fora colocam dinheiro e perdem e vão embora, isso não encoraja ninguém a vir investir dinheiro. Nos clubes ingleses os magnatas investem porque sabem que têm retorno, mano. Ninguém coloca um bilhão de euros por colocar, por achar que vai fazer caridade e, sim, porque vai dar retorno.

Alguns clubes no Brasil têm boa organização, têm centro de treinamento, como o São Paulo, o Cruzeiro tem estrutura, o Inter tem estrutura...

Vamos torcer para que dê certo. Já trabalhei no São Paulo, sei que a estrutura é perfeita, investem em categorias de base, investem em departamento médico, investem em departamento de fisiologia, investem em profissionais, pagam em dia, pagam os treinadores, mantém os treinadores, então têm condições de trabalho, então tem que ter resultados. Por isso está na frente.



O senhor pretende voltar a treinar times brasileiros? Seu projeto aqui na África do Sul é até a Copa do Mundo, estou certo?

Depois disso eu não trabalho mais no exterior. São 18 anos trabalhando fora. Depois de uma certa idade vai aumentando a saudade da família, dos netos, isso aí é o meu grande problema aqui. Você que está aqui sabe que eles estão me dando todo o apoio aqui, o carinho é muito grande. Isso (de querer voltar ao Brasil) pode até mudar, porque futebol muda de uma hora pra outra, envolve muita paixão, o que predomina sobre tudo. E aqui, eu brinco com eles, ‘vocês não são muito equilibrados’ (risos). A África do Sul teve doze treinadores em doze anos. Um por ano, o que não é uma coisa legal. Então, eles estão fazendo um trabalho bem feito e sabem que devem apostar em algum. E estão apostando na gente. É tudo muito novo para eles, salário do treinador, despesas que não estavam acostumados a fazer, estrutura...

O que mudou, por exemplo?

Ah, mudou muita coisa, na seleção internamente mudou muita coisa. A gente tem hoje uma estrutura muito parecida com a que a gente implantou no Brasil. A gente vai jogar na Escócia, os caras vão três dias antes para lá, vai um pessoal antes para ver treinamento, hotel, chegada no aeroporto, facilitar a entrada, ônibus, alimentação, nutricionista, então internamente já está mudando. Os jogadores estão sentindo a diferença, estão motivados. O jogador Benny McCarthy voltou porque ele está ouvindo coisas boas da seleção, ele é o melhor atacante do futebol sul-africano. Já foi feito um planejamento de quatro anos, eu apresentei um planejamento até 2010.



Por que ele estava fora?

Uma briga dele com a Federação. Na última copa africana. Ele não jogava na seleção há três anos. Uma confusão dele com um diretor, alguém falou alguma coisa que o outro não gostou. Aí ele disse que só voltava se pedissem desculpas a ele porque ele foi destratado e tal e eu acabei fazendo com que ele voltasse, a gente conversou e ele aceitou. Ele disse que jogaria por mim e pelo país dele. Ele é um grande ídolo.

Então depois da Copa o senhor pretende voltar a treinar clubes brasileiros?

Eu não sei, eu vou voltar para o Brasil e resolver o que vou fazer da vida. Mas sair para o exterior dificilmente. Não saio mais, foram 18 anos fora.



Que clubes o senhor gostaria de treinar no Brasil hoje?

Eu não conheço nenhum (técnico) que faça um planejamento e diga ‘eu vou treinar aquele clube’. Aqueles que têm condições de trabalho, eu acho que o que um treinador quer é ter condições de trabalho. Acho que tem muitos clubes que dão condições aos treinadores.

Existe na sua cabeça alguma ideia de treinar uma seleção europeia?

Não, não, já passou. Eu vou voltar ao Brasil e ficar no Brasil com a família, curtir os netinhos, a gente tem que acompanhar também os netinhos no crescimento. Isso aí é definitivo.

E a nova geração de técnicos?

Além do Dunga e do Jorginho, os clubes têm o Muricy, o Cuca, o Caio, o Dorival Júnior, tem o Mano no Grêmio, eu acho que o Brasil não tem problemas com treinadores, tem o Paulo Autuori mais experiente no exterior, no Rio de Janeiro tem o Renato com um bom trabalho. Eu não diria veteranos, mas entre os mais rodados tem o Lopes, o Joel, o Celso Roth, o Luxemburgo, mais uma vez fazendo um bom trabalho na equipe do Santos, o Leão, o Abelão que é um grande treinador. Todos esses fazem um bom trabalho onde forem. Tem o Felipão que já é de ponta. Acho que a gente está bem servido, a nova geração vai dar conta do recado.



Aleco Mendes - O Brasil tem condições de sediar uma Copa do Mundo?

Carlos Alberto Parreira - Nós vamos ter estádios, estrutura hoteleira nós temos, transporte, o governo deu apoio, o Brasil está precisando fazer uma Copa do Mundo. Nós precisamos renovar os nossos estádios, eles estão obsoletos, atrasados em relação ao que a gene viu agora na Alemanha, em relação ao que a gente vai ver aqui (na África do Sul). O presidente Ricardo Teixeira está trabalhando muito, incansável, trabalhando com o governo e com a Fifa. O Brasil vai conseguir fazer os estádios de nível pra Copa do Mundo, vamos ter centros de treinamento, estrutura de transporte e segurança para abrigar as equipes.

O senhor pode ou gostaria de treinar a seleção brasileira numa Copa no seu país?

Não, até lá já terão outras pessoas. Eu já fui para quatro Copas do Mundo com a seleção brasileira e é mais do que suficiente. A bola da vez serão outros treinadores.

Acabou seu ciclo?

Acabou!

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