terça-feira, 30 de março de 2010

A primeira do Sobis no Beira-Rio

Sempre é bom lembrar de bons momentos, ainda mais quando envolvem um cara tão gente boa como o Rafael Sobis, além de tudo um dos protagonistas da conquista da Libertadores de 2006 pelo Inter. Sabe, como assessor de imprensa do Clube, não estamos lá pra fazer amizades com os jogadores, muito menos tietagem. Mas falo com muita propriedade de dois ex-jogadores colorados aqui: Rafael Sobis e Iarley. Duas pessoas sensacionais, acabei ficando amigo destes dois. Impossível não dar nisso.

Bom, saudosismo à parte, elogios de lado, vou publicar aqui agora a primeira matéria que fiz sobre o Rafael Sobis quando ele despontava no Inter. O texto abaixo publicamos num Jornal do Inter em 2005, quando o garoto fazia um excelente Brasileirão. Depois viria a brilhar mais ainda na Libertadores de 2006. Fiz uma coisa diferente aqui no blog, publiquei a matéria aqui com as orientações que o repórter deixa para o editor e para o diagramador saber como montar a reportagem na página do jornal. Espero que curtam! Ah, comentem se gostarem, dando opiniões também sobre o que gostariam de ler aqui no blog. Valeu!

Título de capa: O artilheiro ‘moicano’
Título na página interna: Rafael Sobis: “Quero ganhar o Brasileirão”

Sempre de bem com a vida, com um sorriso permanente estampado no rosto, fazendo gols e nas graças com o torcedor colorado: este é o jovem atacante Rafael Sobis. Revelado pelas categorias de base do Inter, um dos destaques do time vice-líder do Brasileirão, e que já marcou na atual temporada 14 gols*, sendo o artilheiro colorado com nove bolas no fundo das redes do campeonato nacional.
Está certo que o sorriso é metálico, em razão do aparelho de correção dentária, mas também é símbolo da sua juventude, aos 20 anos de idade, e dos cuidados que tem com o corpo. E por falar em juventude, foi numa partida contra o time da serra gaúcha, no Gauchão de 2004, que o atacante acabou sendo pela primeira vez o centro das atenções.

O Inter empatava com o Juventude pelo escore de 2 a 2 e, aos 32 minutos do segundo tempo, o novato Rafael Sobis entrou no lugar do já ídolo Nilmar. O jogador foi decisivo e, três minutos depois, marcou um golaço em um preciso chute de fora da área. A bola acertou o ângulo, dando a vitória ao Inter por 3 a 2 e Sobis estreando como um novo xodó nos corações colorados. “Foi um momento mágico pra mim, fiquei nas nuvens. As coisas acontecem muito rápido, não sabia nem o que dizer pra imprensa durante as entrevistas”, lembrou. “Ainda bem que o presidente (Fernando Carvalho) conseguiu a minha liberação junto à CBF, assim pude estar à disposição para entrar no jogo e marcar aquele gol”, concluiu Rafael, que dias antes havia sido convocado para a seleção brasileira sub-20, porém com o pedido da direção do Inter foi dispensado para jogar o clássico.

Um jovem maduro e diferenciado

Com pai e mãe descendentes de ucranianos e italianos, respectivamente, Sobis conta com o apoio da família na carreira, entretanto não foi sempre assim. “Eles me dão um incentivo importante, mas antigamente a mãe ficava irritada todo dia porque eu só queria saber de jogar futebol. Até ia bem no colégio. Eles me deram (junto dos sete irmãos) uma educação rígida”, reflete o garoto que não quer ser reconhecido só como o jogador famoso e, sim, como pessoa, pelo cara legal que procura ser com todos.
No Beira-Rio, todos elogiam muito Rafael Sobis pela sua dedicação nos treinos, vontade de vencer e aprender cada vez mais. “Ele tem responsabilidade profissional, não se deixa influenciar e sabe filtrar o que não é bom para sua evolução. É um menino aplicado e tem uma consciência excelente”, afirma o coordenador de preparação física do Inter, Élio Carravetta. Companheiro de ataque no time, o centroavante Fernandão resume: “É um garoto com uma maturidade acima da média pra idade. Somos uma dupla afinada dentro e fora do campo. Além de ser amigo, sou fã dele (risos)!”

(colocar uma foto/boneco do Fernandão) “Às vezes, a bola tá viajando, um olha para o outro e já sabe o que fazer”
O camisa 9, Fernandão, falando sobre o entrosamento com o camisa 11, Rafael Sobis

Além de elogiar a disciplina do atacante que nunca se lesionou, Élio Carravetta – com nove anos de serviços prestados ao clube – lembra da humildade do jovem que “cresceu na profissão e continua o mesmo no relacionamento com as pessoas”. O humilde Sobis que após a vitória do Inter por 3 a 0 sobre o Figueirense, no último domingo, quando foi um dos destaques do time, não exitava em relembrar os repórteres que lhe entrevistavam: “É a primeira vez que marco dois gols num jogo e, pra completar, dois de cabeça”, avisava sem ter a vergonha de dizer, pois sabe que está somente no seu segundo ano como profissional e ainda quer mostrar muito mais. “Penso no presente, penso em fazer mais, quem sabe não viro um artilheiro nato. Estou brigando pelo Inter, quero dar um título brasileiro pro meu time”, concluiu o boa-praça Rafael Sobis, ostentando um irreverente corte de cabelo no estilo ‘moicano’.

(num box) Ficha técnica
Nome: Rafael Augusto Sobis
Data de nascimento: 17/06/1985 (tem 20 anos)
Local de nascimento: Erechim RS
Altura: 1m72cm
Peso: 73Kg
Clubes: Internacional (desde 2004 como profissional)

(colocar uma foto/boneco do Guto Ferreira) “O Rafael sempre fez sucesso e foi goleador, desde o juvenil, passando pelos juniores e, hoje, nos profissionais voltou a ser. Mesmo quando não marca gols é importantíssimo taticamente para a equipe, cumprindo um papel incansável dentro de campo, inclusive voltando para marcar. Não é à toa que sempre foi convocado pelas seleções brasileiras de base e joga como titular do Inter há tanto tempo. O garoto ganhou maturidade através do trabalho do Muricy, que deu apoio e continuidade pra ele. O Rafael Sobis é um jogador batalhador, determinado, não se entrega nunca”
Guto Ferreira, coordenador técnico das categorias de base do Inter

Um roqueiro no futebol (usar foto dele na Atlântida)

Fã de Blink 182, Linkin Park, System of a down, U2, Red Hot Chilli Peppers, O Rappa e de bandas de rock gaúchas, o caseiro Rafael Sobis, que assiste filme e ouve bastante música nas horas vagas, também gostaria de tocar bateria numa banda. No meio futebolístico, o atacante é como um oásis no deserto, pois, como ele próprio define, “mais de 90% dos boleiros curtem pagode”. Nas concentrações e viagens sempre carrega junto o discman pra ouvir o seu som preferido: o rock’n roll.
Na última terça-feira (13/09), viveu momentos de ‘popstar’ – em razão da aparência física combinada ao novo penteado já foi comparado ao inglês David Beckham – quando participou do programa Chocolate, na Rádio Atlântida, com os comunicadores L. Potter, Ico Thomaz e Márcio Paz. No estúdio, teve seu pedido musical prontamente atendido, distribuiu autógrafos aos comunicadores e funcionários da emissora, sorteou sua camiseta número onze personalizada, conversou com ouvintes, inclusive com uma fã que sabia tudo sobre sua carreira, desde os tempos mais remotos de Celeiro de Ases, as categorias de base do Inter.

terça-feira, 23 de março de 2010

Versos para Mario Quintana

Bom, sou obrigado a apelar para a nostalgia, puxar dados remotos da minha memória... lembro quando gostei das primeiras poesias, adivinhem! Foram de Mario Quintana, claro. A partir daí, tentei descobrir algo que eu tivesse talento... que nada, nem pensei nisso, afinal de contas eu tinha uns dez anos de idade. Fato é que teve um concurso de Melhor Declamador Lobinho - sim, fui um antes de ser escoteiro e assumo - e resolvi arranjar um poema, decorar e me candidatar.

Sabe, havia lá um queridinho favorito ao título no concurso... e eu me sentia o patinho feio... mas meti a cara. Isso lá em Cerro Largo, cidade das Missões que morei durante minha infância. Tá, na biblioteca do colégio La Salle Medianeira descobri um livro do Mario Quintana e a poesia que escolhi era uma que estava nas últimas páginas já bem amarelas. Me apeguei à primeira vista. Aí o pirralho aqui subiu ao palanque... declamei com carinho e segurança, quem diria, ganhei o troféu em madeira lapidada com a frase 'Melhor Declamador Lobinho'. O poema é o único que nunca esqueci em quase trinta anos de vida.

Alma

Em nosso mundo interior
galopam brisas e ventos
que na cancha dos sentimentos
é um arco-íris no ar.

Por isso posso afirmar
com a mesma rima nos tentos
que a alma é um potro de ventos
que não se deixa levar.

obs.: posso me emocionar aqui ao terminar de escrever isso?
Ser feliz com pequenas e simples coisas da vida.

sábado, 20 de março de 2010

Aldeia da Santa Gula e seu pecado original da carne

Aprenda a fazer um delicioso churrasco dominical

Converta-se, agora! Você está prestes a cometer o Pecado da Carne... Ou o da Gula! Final de semana, descanso, reunião de família e um churrasco ao meio-dia podem deixar um domingão mais saboroso. A verdade é: para todo gaúcho que se preze a lei é mostrar habilidade e um toque especial com a carne na churrasqueira. E você não vai poder decepcionar os seus parentes e amigos quando estiverem na sua casa esperando “aquele” almoço tão prometido e aguardado. Eles chegarão na sua casa e dirão “agora é ver para crer”. Sendo assim, nós não vamos deixar ninguém na mão e daremos, então, uma receita simples e apetitosa para ninguém esquecer e fazer feio na frente dos outros. Quem avisa, amigo é!

A dica é um almoço de domingo, numa porção para cinco pessoas, fácil e rápido de preparar. Bom, pra começar precisamos de duas picanhas de gado e uma picanha suína, tempere as de gado com sal grosso, em torno de duas horas antes, e deixe-as prontas no espeto para serem levadas a churrasqueira. Na picanha de porco você pode usar uns segredinhos como tempero. Calma! Segredinhos não é nenhuma planta ou algo do gênero, mas, sim, um tempero especial de Ervas Finas. Salsa e Sálvia. E, coloque sal a gosto, depois leve ao fogo, deixando até dourar. É importante, antes de tirar a carne de porco do fogo, verificar se está bem passada por dentro, também.

O arroz é aquele mesmo feito com carinho por você, sem segredos, bem soltinho e delicioso. Só de ver já dá água na boca. Duas xícaras de arroz são suficientes para cinco pessoas, até porque o prato principal é o churrasco. Colocando um pouco mais de azeite (de girassol e light, é claro) do que o normal, o arroz poderá ficar soltinho. Não exagere com a água, coloque aos poucos. E sal a gosto.

Uma salada nunca pode faltar na mesa, ainda mais se tratando de um churrasco, onde temos sempre a tradicional salada de batatas com maionese. Mas, agora, você fará algo mais saudável: a Salada de Batatas sem maionese. É simples! Com seis batatas-rosa cozidas, três ovos cozidos, três tomates, um punhadinho de salsa, vinagre (de girassol e light!) e sal a gosto picados e misturados, você tem uma saborosa salada para este almoço em família ou entre amigos. E, ainda, pode ser feita uma salada de alface para acompanhar.

O vinho: imprescindível, suculento, acompanhante de uma boa carne. A nossa sugestão é o Bosco Del Merlo Chardonnay, um vinho italiano da melhor qualidade (não é caro! Encontra-se num bom supermercado).

Depois de preparar a mesa com todos os pratos e complementos, chame a família e tenha um bom apetite!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Homem aceita desafio de desconhecido

Dentro de um bar, bêbado ofende e chama para brigar

Numa venda, João Dahlmann, secretário de uma biblioteca municipal em Buenos Aires, entra para jantar e acaba aceitando fazer um duelo com um desconhecido.

Dahlmann entra na venda, senta numa mesa junta à janela e na outra mesa vê três fregueses: dois pareciam peões de chácara e outro tinha traços chineses e torpes. De repente vem da direção da mesa destes três fregueses do bar, bolinhas de miolo de pão. O senhor resolve levantar-se e sair, mas logo o chinês faz ofensas e diz obscenidades, pegando um facão e convidando João Dahlmann a brigar. Antes de ser abordado por este freguês mal intencionado o proprietário do bar pediu: “Sr. Dahlmann, não faça caso desses moços, que estão meio alegres”. Falou ele, mostrando que o conhecia e evidenciando os desafiadores estarem bêbados.

Logo ao entrar, João havia visto um homem bastante velho, um velho gaúcho que estava estático num canto e, agora, no momento do desafio atirou-lhe uma adaga desembainhada que veio cair ao lado de seus pés. O senhor de idade avançada, pela sua aparência, foi visto como um símbolo do Sul por João Dahlmann, o Sul que, aliás era sua terra. Então era como se o Sul tivesse resolvido que Dahlmann aceitasse o duelo

Obrigado a lutar

Dahlmann inclinou-se para recolher a adaga e sentiu duas coisas. A primeira, que esse ato quase instintivo o comprometia a lutar. A segunda, que a arma, em sua mão inábil, não serviria para defendê-lo, mas para justificar que o mataram. João Dahlmann não tinha noção de como desferir os golpes, somente alguma vez havia exercitado um punhal, como todos os homens. “Não admitiriam no sanatório que eu me entregasse a estas coisas”, pensou.

O outro convocou para a briga: “Vamos saindo”. Então, saíram. Para Dahlmann não havia esperança, tampouco temor. Sentiu, ao transpor o umbral, que morrer numa peleja a faca, a céu aberto e atacando, teria sido uma libertação para ele, uma felicidade e uma festa se comparado à primeira noite do sanatório, quando lhe cravaram a agulha. Pensou que “se houvesse podido escolher ou prever sua morte, esta é a morte que teria escolhido e sonhado”.

Ideias do avô materno

Dahlmann teve um avô materno, chamado Francisco Flores, que morreu na fronteira de Buenos Aires lanceado pelos índios de Catriel. O avô era um antepassado romântico, de morte romântica, e que tinha a admiração do neto. Talvez, por isso, o contentamento com a morte.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Pés

Pés pelados
Pés bonitos
Pés descalços
Pés calejados
Pés calçados
Pés suados
Pés fedidos
Pés mal-cuidados

Vários pés já viram nesta vida
Nesta vida vários pés já caminharam
Vários na minha frente já passaram e encantaram

Pés para pular
Pés para correr
Pés para trabalhar
Pés profissionais
Pés pintados
Pés sem unha
Pés com xulé
Pés coitados

Vários pés já viram nesta vida
Nesta vida vários pés já caminharam
Vários na minha frente já passaram e encantaram

Pés de chinelo
Pés de sapato
Pés de tênis
Pés de sandália
Pés sujos
Pés escondidos
Pés cheirosos
E Pés para se mostrar

Vários pés já viram nesta vida
Nesta vida vários pés já caminharam
Vários na minha frente já passaram e encantaram

Pés envergonhados
Pés recauchutados
Pés de Cinderela
Pés de jogador
Pés de moleque
Pés de vento
Meu pé de laranja lima
E João e o pé de feijão

Vários pés já vi nesta vida
Nesta vida vários pés já caminharam
Muitos na minha frente já passaram e encantaram

by Aleco 'Panda' Mendes
não gosto de unhas roídas
e não sou podófilo
só achei que renderia um texto falando dos pés! hehe

quarta-feira, 3 de março de 2010

Porto Alegre do Brasil

Capital do Brasil gaúcho, cidade dos pampas, risonha como criança no circo. Porto Alegre com o picadeiro armado há 238 anos, já ruiu, mas firme e forte jamais há de cair.

É parque de diversões onde existem os mais loucos brinquedos.

Grande-pequena que vai à Redenção sem deixar seu chimarrão.

Vai ao Teatro São Pedro encenar o próximo capítulo da sua história.

Porto Alegre é demais, também dos Gre-Nais, da vida boêmia, solteira, também dos casais.

Sonhadora, de muita luta, garra, sangue e suor em busca de seus ideais.

Porto dos Casais do passado surgiu à beira do Guaíba com o pôr-do-sol triunfante, já anunciante a Revolução Farroupilha traçou do passado um perfil da sua trilha.

Cidade das personalidades, do Piratini, do gaúcho macho, do Laçador, do homem farrapo.

Das belas mulheres, da moça bonita, do Bairro da Glória, do saudoso Bom fim e do Centro sem fim.

A vida central, do café da Praça XV, do Mercado Público, do movimento da arquitetura das suas ruas, da cultura da Casa do Mário Quintana, do ar da Rua da Praia com suas simpáticas pombas.

Porto turística, mas também econômica, política e de uma sociedade maravilha.

Para o Brasil: capital da qualidade de vida, aos brasileiros hospitaleira, aos gaúchos Bah! É tri legal, vou tomar um chimarrão, então põe água na chaleira.

Porto Alegre fascina pela sua alegria exuberante, pelo seu semblante vil e contrastes mil.

Contrasta na temperatura, com diversidade de cultura, tem vida para todos os gostos, na história tem os campos de várzea e na modernidade o Olímpico e o Beira-Rio.

Como um livro de 238 páginas que começou a ser escrito há bastante tempo, padece com folhas amarelas, capa roída, mas a cada ano acrescenta uma página que não finda da existência de Porto Alegre do Brasil!


*Ao escrever este texto, deixo minha homenagem para esta cidade que amo, a minha casa, a nossa casa. Abaixo segue um clássico do pop rock gaúcho: Pegadas, de Bebeto Alves (o pai da atriz Mel Lisboa), falando de Porto Alegre e no vídeo belas imagens da cidade.